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Campeão paga R$ 25 para treinar em clube de São Caetano, onde começou sua carreira levado pela avó

FERNANDO ITOKAZU
DE SÃO PAULO

Campeão olímpico, Arthur Zanetti paga mensalidade de R$ 25 para treinar em seu clube em São Caetano do Sul.

O Santa Maria é bancado pela prefeitura da cidade do ABC paulista, mas a estrutura conta com forte apoio de uma atuante associação dos pais de atletas e alunos.

Cada um dos cerca de 300 alunos e 50 atletas do clube paga mensalidade, e Zanetti não está isento da taxa.

"Ele faz questão de pagar. O pai dele foi bastante atuante na associação e sempre pergunta ao Arthur se ele pagou", afirma a coordenadora Maria Salete Meneguello.

O local de treinamento do campeão olímpico é um ginásio com quadra de futsal adaptado. Até 2011, a equipe de ginástica da cidade treinava em outro ginásio.

Mas o espaço era pequeno, não havia portaria para controlar entrada e saída e, para ir ao vestiário, os ginastas precisavam sair do ginásio.

O Santa Maria tem uma das mais modernas aparelhagens do Estado, tanto que abrigará o Paulista no final do mês.

Mas há gambiarras. A sala de musculação, por exemplo, está num corredor que funcionava como entrada.

"A prefeitura até disponibiliza uma academia para a gente, mas não vale a pena se deslocar até o centro", afirmou Marcelo Araújo, auxiliar técnico do clube.

O tablado, onde acontecem os exercícios de solo, foi bancado pela CBG (Confederação Brasileira de Ginástica).

Um pórtico de argola, da mesma marca e modelo do usado em Londres, foi instalado pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) em maio.

Os recursos arrecadados pela associação de pais ajudam na manutenção.

"Se acabar o magnésio [usado nas mãos dos atletas], não esperamos licitação da prefeitura. Vamos lá e compramos", diz Maria Salete.

O dinheiro da associação também banca uma médica e a psicóloga Maria Cristina Nunes Miguel, que foi a Londres e cujo trabalho foi bastante elogiado por Zanetti.

Antes, a associação fazia vaquinha até para bancar viagens dos atletas. A avó materna de Zanetti, Neide Thomazzo, lembra que já cozinhou muito bolo e torta para vender e arrecadar verba. Além disso, foi importante na formação do neto como ginasta, já que era quem o levava para as aulas no começo.

Neide, 74, lembra que às vezes o neto precisava de um incentivo. "Quando ele dizia que estava cansado, eu falava que iria dar um docinho, e assim que a gente descia do ônibus a gente entrava numa lojinha", disse ela, que é chamada de "vó" por atletas e por professores do local.

Ela lembra que o neto também reclamava de cansaço após as aulas. Daí ela o pegava no colo e ia até a padaria.

"A gente entrava, e a moça já falava: 'Olha aí, o menino da bomba [doce que Zanetti sempre pedia]'."

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