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Mind the gap*

Nos Jogos, o euro também perde valor

PAULO COBOS
EDITOR-ADJUNTO DE “ESPORTE”

NOS JOGOS de Pequim, há quatro anos, os 17 países que formam a zona do euro, a moeda comum europeia, formavam um bloco que, se fosse uma só nação, teria o recorde de medalhas dos Jogos (172) e ainda o segundo maior número de ouros (50, só um a menos do que a China).

Mas a crise econômica que atinge o bloco faz definhar o número de pódios.

Ao final do décimo dia de medalhas em Londres, são 92 comendas para os países que usam o euro, 16 a menos que em igual período nos Jogos de Pequim. Se fosse um país, o bloco estaria em terceiro lugar.

Como na economia, quem mais contribui para essa decadência são os Pigs, apelido dado ao problemático grupo com Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha (todos precisaram de resgates para honrarem pagamentos e sofrem com a crise e o desemprego).

Juntos, esses quatro países somam míseras cinco medalhas em Londres, nenhuma delas de ouro. Em 2008, no mesmo estágio dos Jogos atuais, eram 12 pódios do quarteto.

Difícil acreditar que eles fiquem perto do resultado final em Pequim, quando os espanhóis ganharam 18 medalhas, os gregos quatro, os irlandeses três e os portugueses duas.

Se os Pigs encolhem, as locomotivas da zona do euro também não podem se gabar de grandes resultados nesta Olimpíada.

A Alemanha, mais forte economia da região, é apenas a nona colocada no quadro de medalhas (ficou em quinto na China).

França e Itália têm números de pódios bem próximos aos registrados na Olimpíada de Pequim.

Outros países com tradição esportiva da zona do euro, como Finlândia e Áustria, e nanicos como Malta, continuam zerados no quadro de medalhas.

Enquanto isso, a Grã-Bretanha, outro grande europeu, mas que não adotou o euro, continua absoluta na terceira posição.

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