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Santos amarga pior ataque em dez anos

SÉRIE A
Time chega à 14ª rodada com 9 gols, recorde negativo nos pontos corridos; cartola fala em entressafra

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

O clube que há três temporadas encanta o Brasil com seu futebol ofensivo descobriu que, sem Neymar, não passa de um time comum.

Atual tricampeão estadual, o Santos marcou até agora apenas nove gols no Campeonato Brasileiro. Em toda a era dos pontos corridos, que começou em 2003, nenhum time havia chegado até a 14ª rodada com um desempenho ofensivo tão fraco.

A média de 0,64 gol por partida, um contrate aos 2,52 no Paulista-2012 e 1,92 gol na Libertadores-2012, coloca o Santos perto da zona de rebaixamento do Nacional.

Em 14 jogos, são duas vitórias, sete empates (cinco 0 a 0) e cinco derrotas, a última anteontem, ante o Náutico. E nenhum gol fora de casa.

"Preocupado, estou. Mas por outro lado tenho consciência de que é um momento de entressafra", disse ontem à Folha o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro.

Neymar e Paulo Henrique Ganso servem a seleção brasileira em Londres -o goleiro Rafael também foi, mas machucou-se, voltou e recupera-se da lesão no cotovelo.

Neymar participou de apenas três jogos, e Ganso um, no Nacional -foram poupados no início por causa da Libertadores. Neymar, 20 gols no Paulista e oito na Libertadores, fez dois gols no Brasileiro e deixou Santos rumo à Olimpíada após a oitava rodada, quando o time somava oito pontos e sete gols.

Desde então foram mais seis partidas: uma vitória, dois empates, três derrotas e dois gols marcados e a insatisfação de Muricy Ramalho.

"Faltou planejamento", decretou o técnico, que tem improvisado em meio aos desfalques provocados, também, por lesões. Luis Alvaro rebate e explica a má fase.

"Vários jogadores que chegaram foram parar no departamento médico, e isso complica qualquer planejamento e qualquer previsão", disse o cartola. "Não é razoável que o [lateral] Fucile tenha ficado cinco de sete meses parado no departamento médico."

Além de improvisar, Muricy tem mandado a campo as jovens promessas das categorias de base. Anteontem, em Recife, o meia Pedro Castro, 19, e o volante Leandrinho, 18, estrearam. Até um atacante de 16 anos, Victor Andrade, tem sido escalado.

Segundo Luís Álvaro, o Santos continua sua busca pela retomada. "Estamos tentando encontrar reforços, temos uma geração de jovens que tem que subir [ao time profissional] aos poucos, e tem a volta dos jogadores da seleção", afirmou.

O presidente diz acreditar em uma retomada santista no Brasileiro. "Esperança nós temos. Mais do que isso, temos certeza de que o Santos se recupera. E ainda temos esperança de que vai disputar o acesso à Libertadores."

A volta do sucesso passa diretamente pelo retorno de Neymar, que após a Olimpíada disputará amistoso dia 15, na Suécia. Mas em setembro a seleção faz mais três jogos, contra África do Sul, China e Argentina. E pela esperança de que Ganso resolva definitivamente seu imbróglio de renovação com o clube.

"A gente espera que as coisas se estabilizem. Esse começo [de Brasileiro] foi muito ruim mesmo."

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