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Maurren falha e culpa só a si mesma por fracasso

ATLETISMO
Atual campeã não vai nem à final do salto em distância

DOS ENVIADOS A LONDRES

Não foi a lesão ou a dor, não foi a preparação reclusa, não foi a idade, não foi o vento contra nem a chuva fina que atingia Londres ontem.

Campeã olímpica, a saltadora em distância Maurren Maggi responsabilizou apenas a si mesma pela queda ainda na etapa de classificação da Olimpíada-2012.

"Não era meu dia. Não consegui encaixar um salto no final. Não vou botar a culpa em outra coisa. Infelizmente, não consegui", explicou ela.

O melhor salto da atleta foi 6,37 m, três centímetros a menos do que a marca da última classificada à final dos Jogos.

Ela ainda ficou três posições atrás da colocação necessária para passar à decisão -terminou no 15º lugar.

Em suas três tentativas, esteve distante, bem distante, das suas melhores marcas. Seu outro salto válido parou em 6,27 m. A segunda oportunidade foi queimada.

Seu recorde pessoal -obtido há mais de dez anos- é de 7,26 m. Também obteve distância acima de 7 m quando ganhou o ouro olímpico, há quatro anos, em Pequim.

Neste ano, pouco competiu. A última vez que entrou na pista foi em junho, nos Estados Unidos, quando saltou apenas 6,55 m.

Já convivia então com uma contusão sofrida no quadril ainda em maio. Até hoje, não se recuperou da lesão, conforme revelou à Folha.

Ontem, ela confirmou que sente dores e que mudou seu salto por causa disso. Mas negou que isso tenha afetado seu rendimento em Londres.

"Não é nada grave. Não entrei com dificuldade. No Rio, tive um edema no osso do quadril quando caí na caixa de areia. Quando caio na caixa, dói. Tive que mudar meu salto. Passei a cair parada. Antes, escorregava na areia", explicou a atleta, que diz estar acostumada com dor.

Sua versão é que, apesar da contusão, vinha melhorando suas marcas em treinos. Essa preparação foi feita de forma reclusa. Não quis dar entrevistas e fechou seus treinos em Madri, antes de viajar para Londres.

"Estava querendo ficar quieta. Estava focada, só pensava na Olimpíada."

Na prova de ontem, Maurren repetiu o gestual que lhe é característico. Pediu palmas e falou sozinha antes de correr para o salto. Quando estava descansando, enrolava um cobertor nas pernas. Mas nada deu certo desta vez.

"A qualificação é complicada. Tinha vindo focada na qualificação. Se chegasse à final, tudo podia acontecer."

Ao deixar o estádio, não estava emocionada e se disse satisfeita só de estar ali.

Mas admitiu que quando conversasse com sua filha ao telefone é que ia entender melhor essa eliminação.

Mas, de pronto, já descartou encerrar a carreira, apesar dos 36 anos. Pensa em continuar até o Rio-2016, quando terá 40 anos.

"Não falo em aposentadoria. Ainda não tem ninguém para representar o Brasil na prova", falou Maurren, que disse torcer por promessas do país daqui a quatro anos. (DANIEL BRITO E RODRIGO MATTOS)

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