Lutador dos EUA rejeita troca por socos no rosto

Jordan Burroughs nem pode se imaginar levando socos no rosto. Esse é um dos motivos que o fizeram recusar propostas tentadoras para ir para o MMA.

A outra razão é um projeto ambicioso. O norte-americano espera em Londres começar o caminho para se tornar o maior campeão dos EUA. Quer ser "a cara" da luta livre.

"Desde que fui campeão mundial [em 2011], minha popularidade foi para um nível internacional. Eu tenho muito carisma, muita personalidade e até sou bonitinho", brincou.

Para atingir seu objetivo, o lutador, 24, tem que conquistar o título de todas as Olimpíadas e Mundiais de agora até 2017.

E também precisou recusar a chance de ganhar mais dinheiro no MMA.

Caminho que tem sido feito por vários atletas olímpicos, como o judoca Travis Stevens, que tirou o brasileiro Leandro Guilheiro da disputa pelo ouro.

"Há muita gente rica no mundo, mas há apenas alguns poucos campeões olímpicos. Eu não penso em MMA, tenho medo de levar soco no rosto. Nunca entrei em briga na minha vida", afirmou o atleta.

"É um estilo de vida legal [do lutador de MMA]. Me vejo talvez um dia fazendo essa transição, mas antes eu quero ser o maior vencedor na luta livre", completou Burroughs, que luta na categoria até 74 kg.

Sua obsessão pelo pódio está no nome que escolheu para seu site e Twitter: "All I see is gold" (tudo que vejo é ouro, em inglês).

O lutador é falastrão, gosta de provocar adversários, ama falar sobre carros e tem dois brincos enormes de diamantes. Mas explica que isso é apenas "parte do show".

Burroughs diz ser uma pessoa tranquila e admitiu chorar no quarto com saudade da família. Natural de Nova Jersey, há seis anos deixou sua casa para morar sozinho e treinar.

Hoje, terá a família, amigos, ex-técnicos e colegas de escola torcendo por ele. Se concretizar o primeiro passo do seu projeto, já tem a festa planejada. As lutas começam às 9h.

"Eu fico assistindo às lutas pela televisão e tentando encontrar um lugar por onde eu possa passar para subir na arquibancada e comemorar com a minha família. Espero que os seguranças não me parem." (MARIANA LAJOLO)