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Como sempre

Neymar desaparece em campo, seleção joga mal e mantém a sina de nunca ter conquistado a medalha de ouro

MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Brasil 1

Hulk, aos 46min do 2º tempo

México 2

Peralta, a 1min do 1º tempo e aos 29min do 2º tempo

A medalha de ouro olímpica continua sendo uma miragem para o futebol brasileiro. Quanto mais a seleção se aproxima de conquistá-la, mais a medalha se afasta.

Na 12ª tentativa, o Brasil perdeu de novo. Na terceira decisão de que participou, ficou com a terceira prata.

O algoz em Londres-2012 foi o México. Como já haviam sido a França, nos Jogos de Los Angeles-1984, e a União Soviética, em Seul-1988.

A próxima oportunidade será daqui a quatro anos, no Rio, quando o torneio de futebol terá bem pouca importância em comparação à Copa do Mundo de 2014.

A geração liderada por Neymar deixa o Reino Unido sob a desconfiança de não estar pronta para o Mundial a ser realizado no Brasil.

O atacante não foi ontem nem sombra do que havia sido durante esta Olimpíada.

"É muito triste. Esperávamos o ouro, eles foram melhores", disse o santista. "Vida que segue, futebol é assim, temos que levantar a cabeça."

Nenhuma seleção deste torneio olímpico era tão parecida com sua versão principal quanto a brasileira.

O que só aumenta as dúvidas sobre o time que vai tentar ganhar em casa a Copa do Mundo que escapou em 1950.

O técnico Mano Menezes estima que "70% deste grupo" estará no Mundial. "O amadurecimento dos jogadores não vai ser prejudicado por causa de uma derrota."

Mano sai da campanha enfraquecido, depois da segunda derrota em torneios oficiais com a seleção -não passou das quartas de final na Copa América de 2011.

Na entrega das medalhas, houve vaias a alguns jogadores brasileiros. E um constrangido Marco Polo Del Nero, vice-presidente da CBF, teve que entregar flores aos mexicanos campeões olímpicos.

Enquanto os sul-coreanos comemoravam o bronze, que os livrou do serviço militar, e o México insistia em não deixar o alto do pódio, os brasileiros já tiravam as suas medalhas de prata do pescoço.

Nas entrevistas após o jogo, era evidente a decepção.

Com Neymar como principal astro, o Brasil chegou a Londres como favorito e só reforçou essa impressão ao longo da campanha.

Um pouco por méritos próprios, um pouco pela debilidade dos rivais e um pouco por causa dos fracassos precoces de outros candidatos ao título -Espanha e Uruguai caíram na primeira fase.

Mano Menezes apostou num time ousado, que se propôs a atacar muito, sob o custo de se expor na defesa, como mais de uma vez notou o zagueiro Thiago Silva.

Se o time não era exatamente seguro atrás -levou mais de um gol por jogo nesta Olimpíada-, havia a sensação de que a alta produtividade do ataque fazia o risco valer a pena. Até ontem.

A seleção acostumada a fazer três gols por jogo travou.

O bilionário esquadrão de Mano Menezes foi contido por um rival formado exclusivamente por jogadores que atuam no futebol mexicano.

A entrosada seleção do México, que joga junta há quase dois anos, se valeu de uma falha de Rafael para abrir o placar aos 28 segundos, no gol mais rápido da história dos Jogos Olímpicos.

"Tivemos mais de 89 minutos para reagir e não conseguimos", admitiu um abatido Mano após a partida.

O México desperdiçou várias oportunidades até fazer 2 a 0. Quando permitiu o gol de Hulk, já nos acréscimos, não havia mais como perder.

Nos últimos 60 anos, o futebol brasileiro ganhou cinco Copas do Mundo e incontáveis outros torneios. Mas continua sem ter a menor ideia de como se dá uma verdadeira volta olímpica.

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