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Análise

'Soberano 2' pouco revela, mas atinge único alvo de diretor

DE SÃO PAULO

O que mais repercute de "Soberano 2", documentário sobre o tricampeonato mundial do São Paulo em 2005, que estreou nos cinemas anteontem, é inevitavelmente o choro do ídolo Rogério.

Uma lágrima escorre enquanto o goleiro e capitão se explica: "É onde um ciclo se completa. Muitas vezes eu tive medo de não conseguir escrever essa parte da história" -em seus então 15 anos no clube, agora 22.

O filme de Carlos Nader é pouco revelador mas emocionante para os são-paulinos. Seu óbvio e talvez único alvo, com direito a trilha de Nando Reis, vai além da exaltação de ídolos tão identificados com os torcedores, como Rogério ou Diego Lugano.

Um dos antagonistas selecionados pelo cineasta e por seus entrevistados, como o ex-diretor Marco Aurélio Cunha, que se elegeu vereador com votos são-paulinos, é o Corinthians ou, melhor, seus torcedores.

A invasão do campo por um corintiano, no início do jogo final contra o Liverpool, da Inglaterra, é editada de maneira a ressaltar o áudio de um torcedor são-paulino, supostamente no estádio em Tóquio, gritando: "Filho da puta!", "palhaço!".

O ex-diretor, hoje vereador, faz piada como antes, insinuando que o lugar do corintiano é na cadeia: "Tudo aconteceu como tinha de ser. Ele foi preso, e a gente foi campeão mundial".

Para rir, é preciso ser são-paulino.

(NELSON DE SÁ)

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