Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Onipresente, corredor lucra, mas ajuda ex-vizinhos

DA ENVIADA A KINGSTON E TRELAWNY

O bombardeio começa logo ao descer do avião. Usain Bolt, camiseta da Jamaica, recebe os visitantes de braços abertos num cartaz gigante no aeroporto de Kingston. E é assim por quase toda a ilha.

O homem mais rápido do mundo está por todas as partes em sua terra. Seja em pontos de ônibus, lojas de telefonia, prédios ou nos jornais.

Nas ruas, basta falar o nome do jamaicano mais famoso desde Bob Marley para que as pessoas comecem a sorrir e parem para conversar.

"Usain é como um embaixador da Jamaica", afirma Jaqiba Grant, 23, estudante de economia na Universidade West Indies, onde treina o velocista. "A identidade do povo jamaicano aparece claramente quando ele compete."

A paixão por Bolt em seu país é universal. Todos falam com orgulho do recordista mundial dos 100 m e 200 m.

Sua biografia, "Usain Bolt, My Story", está esgotada em várias livrarias da capital. E seu restaurante, "Tracks and Records", está sempre cheio.

Não é raro ver pessoas em fila na porta do local para tirar fotos ao lado do luminoso no qual Bolt faz seu gesto tradicional imitando um raio.

Na região onde cresceu, Trelawny, o velocista também ajuda a alavancar os negócios e a vida de seus ex-vizinhos.

Em Sherwood Content, onde nasceu, luz elétrica e água encanada não são mais luxo, apesar da dificuldade de chegar ao local, encravado na mata e acessível por estradas de terra. O posto de saúde foi renovado recentemente com o dinheiro arrecadado por ele em um evento beneficente.

Além do mercado de seu pai, Wellesley, fechado no dia em que a reportagem visitou a região, já que a família ainda não havia voltado de Londres, o vilarejo também abriga o bar de sua tia, Lillian.

"Fui proibida de falar sobre a vida do Usain. Agora eu só falo dele se me pagarem", esbraveja a tia do corredor, enquanto um funcionário trabalha na reforma de seu bar.

Quem também quer lucrar mais com seu aluno mais ilustre é o colégio William Knibb.

"Graças a Usain acabamos de completar um refeitório para que as crianças possam comer decentemente e ganhamos material esportivo de seus patrocinadores", diz Mark Nicely, diretor da escola. "Agora, queremos que ele nos ajude a conseguir um ônibus."

Com o apoio do órgão de turismo de Trelawny, Nicely quer lançar a "Experiência William Knibb", tour guiado pelo colégio onde Bolt estudou. "Gente do mundo todo vem aqui, e queremos dar a eles esta experiência."

(TC)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.