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Scolari volta a sofrer em campo e no vestiário

PALMEIRAS
Desconfiança de atletas gera crise interna e pode impedir renovação de treinador

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Luiz Felipe Scolari chegou ao ápice da segunda passagem pelo Palmeiras há pouco mais de um mês e meio.

Acabou com os conflitos internos, foi abraçado pelos jogadores, fechou o grupo, conquistou a Copa do Brasil e recebeu pedidos públicos para não deixar a equipe.

Mas o insucesso dentro de campo voltou, o time se afundou na zona de rebaixamento do Brasileiro e o clima interno conturbado característico dos dois anos do treinador no clube foi restaurado.

O estopim da nova crise, que coincide com a aproximação das eleições presidenciais palmeirenses, marcadas para janeiro, começou com o vazamento de informações internas para a imprensa.

Jogadores líderes do elenco receberam o rumor de que o responsável por informar para jornalistas que o volante João Vitor havia sido barrado de um treino fechado porque estava com sinais de consumo de álcool foi alguém próximo à comissão técnica.

A suspeita minou a confiança irrestrita que Scolari e seus homens mais próximos haviam conquistado. E fez lembrar a situação com a qual o clube conviveu no segundo semestre do ano passado.

Na ocasião, o treinador enfrentou complô de parte do elenco, liderado por Kleber.

O atacante, que fez ofensas públicas ao comandante, acabou sendo negociado. Scolari conseguiu domar os antigos opositores e tornar o elenco novamente coeso.

Assim como em 2011, o Palmeiras enfrenta crise também dentro de campo e convive com risco de rebaixamento.

A situação neste ano, porém, é pior. Em 20 rodadas, a equipe somou apenas 16 pontos e tem quatro de desvantagem para o Bahia, o primeiro fora da zona do descenso.

"O grupo continua unido. Só precisamos encontrar a vitória, a confiança perdida [pelos últimos resultados]. Temos todas as condições de sair dessa", afirmou o vice- -presidente Roberto Frizzo.

"Se alguém não gosta do Felipão, tem que se manifestar, vir falar comigo. Ninguém fez isso", disse o gerente de futebol César Sampaio, descartando ter recebido críticas ou detectado má vontade dos jogadores com o treinador.

Porém um importante dirigente, de uma corrente que faz oposição a Scolari, confirmou à Folha que, se a nova onda de rejeição de parte do elenco ao treinador não for contornada, o clube pode desistir de tentar a renovação do seu contrato para 2013.

Até então, o presidente Arnaldo Tirone ignorava as afirmações de Scolari de que não pretende assinar um novo vínculo com o clube e sonhava com o treinador à frente da equipe na Libertadores.

Embora já tenha declarado a intenção de assumir uma seleção que dispute a Copa-2014, o técnico -que não recebeu nenhuma proposta de renovação- já indicou reforços para o próximo ano.

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