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Lúcio Ribeiro

Salvem o 9

Um centroavante de seis gols em dois jogos e a matemática dos noves (fora) do futebol brasileiro

Se o que importa é bola na rede, Falcao García faz a gente pensar na vida. Seu hat-trick (três gols num jogo só) contra o Chelsea, na semana passada, é daqueles momentos que fazem você crer no futebol. Foi o segundo hat-trick do colombiano em cinco dias. Pelo Espanhol, ele tinha espetado três no jogo do seu Atlético, o de Madri, contra o de Bilbao. Quem tem um 9 como ele no mundo?

Barcelona e Espanha, o time e a seleção mais badalados no mundo, não têm. Nem ligam, aliás. Já o Real Madrid tem dois bons, mas, até por serem dois, isso já dá a medida de que ambos não valem esse um.

Drogba praticamente se aposentou ao ir jogar na China depois de finalmente conseguir sua Champions League de forma heroica. Ibrahimovic, ainda que a França não seja a China, foi se enfiar na dinheirama do PSG em um lugar que não é exatamente centro do futebol.

Os noves estão em baixa na Inglaterra, na Itália e até na Argentina. E, quando a gente chega ao Brasil, o buraco é mais fundo. Você olha o atual Brasileirão e vê que dois de seus principais artilheiros nem sequer engatam uma sequência.

Fred e Luis Fabiano são grandes matadores, mas pertencem quase a outra época. Se nunca foram atacantes como Ronaldo e Romário, agora dependem ainda mais de seus colegas para tudo. Se a bola não chegar, e de preferência no pé, não tem gol. Colados a Fred e Luis Fabiano, na mesma região de goleadores estão Vágner Love e Alecsandro. Não são exatamente gênios do futebol ou sequer da grande área. O que deixa duas conclusões: 1) Dá para a torcida do Flamengo ter esperança de que Adriano possa vingar; 2) Fica difícil para Mano Menezes enxergar para daqui a dois anos alguém além de Leandro Damião, se é para ter um centroavante daqueles de verbete de dicionário.

O Cruzeiro e, mais láááá embaixo, o Palmeiras têm dois noves. No time mineiro, são Borges e Wellington Paulista. Ambos marcaram nos dois últimos jogos do Cruzeiro. Mas quem fez mais gol pelo time neste Brasileirão dentre os dois é declaradamente o reserva. No Palmeiras, o artilheiro Barcos, dos gols bonitos, é argentino. Esquece. O outro, o Obina, embora "melhor que o Eto'o", é o Obina. Esquece.

No sábado, fiquei atento a Vancouver Whitecaps e Los Angeles Galaxy, em Los Angeles, de onde escrevo esta coluna. Queria saber do tal Camilo, MVP (jogador mais valioso) no time canadense na temporada passada e um dos destaques da liga americana. Aquelas histórias: saiu do interior paulista para jogar no Corinthians alagoano. De lá para Malta. De Malta para a Coreia do Sul. Depois, Canadá, onde ganhou "destaque". Mas, por motivo que desconheço, começou o jogo no banco e entrou nos cinco minutos finais, sem conseguir fazer nada para evitar a derrota por 2 a 0 de seu time contra o de David Beckham.

Noves fora... zero!

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