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Brasil reencontra plateia mais enfurecida

SELEÇÃO
Histórico de vaias no Morumbi bate de frente com plano da CBF de resgatar o carinho dos torcedores

LUCAS REIS
MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO

No momento em que clama por carinho e apoio, a seleção brasileira enfrenta o estádio onde mais sofre com a impaciência do torcedor.

No Morumbi, palco do amistoso de amanhã contra a África do Sul, a equipe ganhou muito mais do que perdeu, o que não impediu manifestações duras contra técnico e jogadores.

O estádio do São Paulo é o segundo onde o time da CBF mais atuou -29 vezes-, só atrás do Maracanã -112.

Foram vinte vitórias, oito empates e só uma derrota, para a Argentina, em 1963, que nada significou na prática. O Brasil venceu na volta em Buenos Aires e faturou aquela edição da Copa Rocca.

Desde 1970, quando o estádio foi concluído, a seleção atuou 24 vezes e só conseguiu aplicar três goleadas.

O relacionamento entre a equipe e o público paulistano foi quase sempre conflituoso. A estreia na Copa do Mundo de 2014 será em São Paulo, mas no Itaquerão, estádio que o Corinthians ergue na zona Leste da capital.

Ficou famosa a cena dos torcedores atirando bandeiras no campo, na estreia de Leão como técnico, em 2000.

A última visita da seleção ao Morumbi foi em 2007, contra o Uruguai, pelas eliminatórias. O jogo foi marcado por vaias até o time de Dunga conseguir virar no segundo tempo e vencer por 2 a 1.

A seleção atual chega fragilizada ao jogo, que não empolga a torcida: só 32 mil ingressos foram vendidos. O time acaba de perder a medalha de ouro olímpica.

No ranking mensal da Fifa, divulgado ontem, o Brasil está em 12º lugar -só não é a pior posição da história porque no mês anterior o time de Mano estava em 13º.

Com o treinador no comando, a seleção também foi eliminada de forma vexatória da Copa América do ano passado, ao errar todos os pênaltis contra o Paraguai, nas quartas de final.

Neymar, astro da companhia com apenas 20 anos, não se intimida com possíveis vaias amanhã no Morumbi.

"Uns viram o Pelé jogar, outros o Romário, o Ronaldo, a torcida está mal-acostumada. Agora chegou a nossa vez, temos que reconquistar o público", disse Neymar. "Estou acostumado a ser vaiado, acontece lá fora. Isso não mexe com meu futebol."

A julgar pela qualidade do adversário, o Brasil não deve ter problemas amanhã.

O time sul-africano está em 74º lugar no ranking da Fifa -é o 19º em seu continente.

E ainda vai ter o desfalque de Steve Pienaar, seu principal jogador, que alegou uma lesão e não veio ao Brasil.

O meia Oscar, 21, incontestável dono da camisa 10 para Mano Menezes, disse que "a maioria dos brasileiros vai lá para apoiar a seleção" e também não prevê problemas.

"Vamos jogar num estádio histórico, tentar dar espetáculo e trazer o público para perto da seleção de novo."

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