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Rodrigo Bueno

Copa é copa, e vice-versa

Ser um time 'apenas' copeiro é motivo de preocupação para muito clube grande

SER COPEIRO é algo que todo time de futebol busca, mas ser só copeiro é um problema que muitos grandes mundo afora enfrentam.

O Liverpool é o exemplo clássico. O atual campeão da Copa da Liga Inglesa (ex-Carling Cup, atual Capital One Cup, para quem curte falar nome de patrocinador) não tem chance real de ser campeão da Premier League, um campeonato de pontos corridos cheio de rivais mais endinheirados (que o Liverpool nunca conquistou).

Os Reds não venceram após quatro rodadas, algo que não acontecia desde 1912 (o mundo ainda não conhecia Guerra Mundial). E agora vem clássico com o Manchester United... Resta "apenas" ao copeiro Liverpool sonhar com títulos de copas, como a Liga Europa, torneio no qual matou muito torcedor do coração ao eliminar o pobre Hearts.

Perguntaram-me no sábado se o Liverpool não estava pior do que o Palmeiras. A resposta é difícil, mas veio fácil a associação do sucesso recente de ambos em copa nacional. O Verdão ganhou há pouco a última Copa do Brasil "café com leite" (sem os melhores times da temporada anterior), e tal conquista foi festejada como a salvação da história de um clube que se habituou no século passado a acumular troféus. Só que o atual Palmeiras limitado é mais condizente com a parte de baixo da tabela do Brasileiro do que com o topo. E, doce e amarga ironia, talvez caia como campeão da Copa Sul-Americana (a saída do "apenas" copeiro Felipão dificulta isso), algo que pode ocorrer também com o Independiente.

O "Rey de Copas" original é lanterna na lista de rebaixamento na Argentina, com média de 1,120 ponto por partida. O Rojo jamais foi rebaixado, e tal acontecimento seria uma bomba, quase como a queda do River. Se isso acontecer, só o Boca Juniors, líder do vigente Torneo Inicial, será "incaível" na Argentina. Mas esse Boca foi eliminado da Sul-Americana por esse Independiente, que tem boa chance de chegar ao menos à semifinal do torneio continental (e talvez obter seu 17º título internacional oficial).

Vejamos as novas fases de Milan e Paris SG. O gigante italiano era clube que lutava por scudetto, mas agora perde duas em casa logo de cara (pior marca desde 1931) e deixa claro que virou "time de copa". O emergente francês era "time de copa" (ganhou quatro vezes mais Copas da França do que o Francês), mas agora a liga de pontos corridos é obrigação. Simples assim.

O Napoli não tem muito como parar a imbatível Juve no calcio... e fez isso na Copa da Itália.

Atlético de Madri (duas Ligas Europa e duas Supercopas da Europa em três anos) e Sevilla (duas das últimas quatro edições da Copa da Uefa) já se contentaram com a vida de copeiros. É o que dá na Espanha. Ser simplesmente copeiro é algo para comemorar até a página 8.

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br

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