Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Mulher assume equipe pela primeira vez na categoria

F-1
Criada na Áustria, indiana derruba tabu de 63 anos e dirigirá Sauber

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A YEONGAM

Foi numa cerimônia simples, bastante informal, que a F-1 viveu um momento histórico ontem em Yeongam.

Com um aperto de mão na frente da imprensa no escritório da equipe que leva seu nome, Peter Sauber passou o comando do time a Monisha Kaltenborn, primeira mulher a ocupar cargo tão importante nos 63 anos da categoria.

Sem maquiagem, cabelo preso num rabo de cavalo e com o uniforme de gosto duvidoso da escuderia suíça, a indiana criada na Áustria afirmou que, na prática, pouca coisa vai mudar em sua rotina de trabalho -ela já era CEO da Sauber desde 2010.

"Claro que agora o meu envolvimento com o que acontece na pista vai ser maior, mas temos especialistas para lidar com isso, e pretendo confiar neles para continuarem fazendo o excelente trabalho que eles têm feito recentemente", declarou.

A Sauber ocupa atualmente o sexto lugar no Mundial de Construtores e já conquistou quatro pódios na temporada, o último deles no GP do Japão, na semana passada.

Apesar de estar sendo preparada para assumir o cargo há alguns anos, Monisha, 40, disse que jamais imaginou que seria chefe de um time quando começou no esporte, em 2000, como advogada.

"Para ser honesta, nunca achei que fosse um trabalho interessante até que comecei a olhar mais de perto. Mas foi só muito recentemente que passei a imaginar que isso fosse possível", afirmou a dirigente, que foi parabenizada pessoalmente por Bernie Ecclestone, o detentor dos direitos comerciais da F-1.

Em um ambiente conhecido por ser predominantemente masculino, pilotos e outros dirigentes foram unânimes em dizer ontem na Coreia do Sul que o fato de uma mulher ser escolhida para um cargo tão alto na categoria é bastante natural e reflete o que acontece em outras áreas.

"Não há nenhum motivo pelo qual uma mulher não possa ser chefe de um time, e certamente algumas qualidades que elas possuem na hora de tomar rápidas decisões em locais cheios de homens pode ser uma coisa positiva", afirmou Mark Webber, que é gerenciado por sua mulher.

Mas, se hoje o paddock já está preparado para a novidade, nem sempre foi assim. Há alguns anos, Monisha chegou a ser confundida com uma tradutora de Peter Sauber.

"É uma pena ainda não termos mais mulheres na categoria, mas acho que as coisas estão mudando lentamente", afirmou a mãe de dois filhos.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.