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Fábio Seixas

A hora do talento

Braço de Alonso é seu único trunfo para tentar conquistar tricampeonato contra os melhores carros

Quem gosta do "lado humano" das corridas, de superação, de pilotagem no limite, de desafio psicológico, ganhou um presente de fim de ano na F-1. É só acompanhar, com atenção, o desempenho do sujeito do carro número 5.

Porque Alonso terá que lutar contra tudo e contra todos para conquistar o tricampeonato. Precisa de cinco apresentações exuberantes em cinco corridas ou... Vice.

Ok, o desfecho, se vai dar certo ou não, importa mais ao espanhol e a seus torcedores.

Mas sua busca pelo título mexerá com a categoria, promete ser a atração mais dramática deste Mundial tão marcado pelo equilíbrio.

Não, não há outra opção a Alonso que não seja usar 100% do seu talento no cockpit. Todo o resto está hoje no outro prato da balança.

Os melhores carros, claramente, são os de McLaren e Red Bull. Depende da pista. Ambas, que já estavam bem desde o começo, ainda voltaram das "férias de verão" melhores que a Ferrari.

Nas quatro provas desde então, foram duas poles positions de Hamilton, uma de Button, uma de Vettel. O melhor que Alonso conseguiu foi largar em quinto -por duas vezes, na Bélgica e em Cingapura.

Assim, mal aos sábados, tem restado ao espanhol tentar recuperar terreno nos domingos. O que é tarefa bastante complicada.

O meio do pelotão, com gente que não deveria estar na F-1, não vem sendo exatamente território dos mais pacíficos nesta temporada.

Depois de emplacar uma sequência de 23 GPs nos pontos, Alonso já amarga dois abandonos neste pós-férias. Na Bélgica, acertado por Grosjean. No Japão, no domingo passado, num toque com Raikkonen -aquele típico "incidente de corrida".

O resultado é que sua vantagem na tabela, que era de 40 pontos para Webber depois da Hungria e antes das tais férias, atualmente é de apenas quatro para Vettel.

"Tive alguns azares, mas felizmente essas coisas mudam muito rápido por aqui. Há altos e baixos, e espero que voltemos a andar bem agora", declarou o espanhol, ontem, em Yeongam.

Ele não pode mais errar.

Fosse outro na sua posição, provavelmente já estaríamos dando a fatura por encerrada, proclamando Vettel virtual campeão. Mas se há alguém na F-1 de hoje que pode, no braço, compensar um carro inferior, é Alonso.

Sorte nossa, de podermos assistir a isso.

fabio.seixas@grupofolha.com.br

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