Clube barra política de Scolari e joga jovens da base na fogueira

"Não vou colocar a responsabilidade nos garotos."

Era esta a resposta padrão de Luiz Felipe Scolari a cada vez que era questionado sobre a razão de pouco aproveitar os jogadores das categorias de base do Palmeiras.

Mas o treinador foi embora, o rebaixamento para a Série B ganhou ares de realidade e o clube derrubou o mantra do comandante do penta com a seleção brasileira.

Gilson Kleina, o novo técnico, abriu espaço para os garotos, jogou-lhes no forno da briga contra o descenso. E, pelo menos por enquanto, eles não se queimaram.

O volante João Denoni, 18, foi titular nas últimas três partidas, tem recebido elogios frequentes do técnico e, anteontem, na vitória por 1 a 0 sobre o Bahia, deixou no banco Márcio Araújo, dono da posição no começo do ano.

Já o meia Patrick Vieira, 20, aproveitou-se da lesão de Valdivia e do afastamento de Daniel Carvalho, ganhou a disputa com Tiago Real e começou jogando em Salvador. A aposta deu certo. Ele acertou todos os passes que tentou.

"É assim mesmo, as oportunidades normalmente aparecem quando as coisas não estão boas", disse o gerente de futebol César Sampaio, sobre a dupla promovida por Scolari, mas que só tinha chances em finais de jogos ou com a equipe reserva nos tempos do antigo treinador.

"Tínhamos insegurança sobre como eles lidariam com um momento tão complicado, porque bom futebol sempre soubemos que eles têm. Agora estão mostrando que também possuem muita personalidade", completou.

No ano passado, Scolari chegou a falar que Patrick Vieira ainda estava aprendendo a chutar com o pé direito e só receberia chances quando o técnico fosse embora.

Amanhã, contra o Cruzeiro, o meia deve ser titular. João Denoni está suspenso.