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A longa viagem de Túlio

Aos 43 anos, atacante reestreia no Botafogo em preliminar, ao lado do sub-23, em busca dos sete gols que faltam para o milésimo... em suas contas

SANDRO MACEDO
EDITOR-ASSISTENTE DE ESPORTE

Começa hoje o último capítulo da longa jornada de Túlio, 43, rumo ao milésimo gol de sua carreira, de acordo com cálculos do matemático Túlio Humberto Pereira Costa, carinhosamente apelidado de Túlio Maravilha.

E o Rio continua como o cenário ideal para os gols milenares. Após Pelé, no Maracanã, e Romário, em São Januário, o atacante quer marcar o seu no Engenhão.

É lá que, hoje, às 15h30, o jogador entra em campo com o sub-23 do Botafogo, time que lhe deu mais prestígio, para enfrentar o Boavista. Um preliminar do duelo pelo Brasileiro entre o time principal e o Atlético, de Goiás, curiosamente, o Estado que mais contribuiu para sua conta, hoje, com 993 gols.

Mesmo tendo balançado as redes mais pelo Goiás (187 vezes), clube que o revelou, foi com o Botafogo (159) que o atacante ficou mais identificado, com a camisa 7. Principalmente em razão do título do Brasileiro de 1995.

E o clube alvinegro abraçou o projeto de seu folclórico artilheiro: marcar os últimos sete gols que culminam com o milésimo na equipe.

Na matemática de Túlio, sua média nesta reta final será superior a um gol por partida. "Uns cinco jogos eu acho que já é suficiente [para o milésimo], pela minha fome e faro de gols", disse o esfomeado atacante, que tem mantido a forma no clube.

Nos amistosos até o gol mil, as chuteiras e camisas do artilheiro serão doadas a instituições de caridade.

JOGOS FESTIVOS

Como Romário, as contas de Túlio também geram polêmicas -o Baixinho contava os gols da base.

Já Túlio apelou a jogos festivos e times sem expressão. Para chegar próximo à marca, nos últimos anos, perambulou mais que candidato a presidente. Nada de Miami ou Austrália (como fez Romário). Nos últimos anos, Túlio percorreu o país, principalmente o Centro-Oeste.

Passou por Itumbiara e Goiânia (times homônimos), Iporá (Umuarama) e Senador Canedo (Canedense), todos de Goiás. Teve também Distrito Federal (Botafogo). Andou ainda por Barras (time homônimo do Piauí), Palmeiras dos Índios (no alagoano CSE) e Nova Venécia (com o capixaba Leão de São Marcos), entre outras estradas.

Nos últimos anos, a vida foi uma festa. Jogos festivos para ser mais preciso. Nos quais, de acordo com o "DataTúlio", foram feitos 41 gols.

Ano passado, na segunda divisão do Goiano, o jogador oferecia R$ 100 por assistência que resultasse em gol dele para os colegas. "Para o cara se sentir motivado", dizia.

Pelo Bonsucesso, do Rio, adotava a mesma prática. Em amistosos, o valor cai para R$ 50 (mas o gol vale igualmente em suas contas).

GOLS POLÊMICOS

Mas não é de hoje que Túlio dava um jeito de se destacar dos outros artilheiros. Na melhor fase, nos anos 90, gostava de prometer gols em véspera de jogo, fazia aposta com rivais e, no Botafogo, se intitulava rei do Rio -título que disputava com Renato Gaúcho e Romário.

Curiosamente, seus gols mais marcantes foram motivos de polêmica: no título contra o Santos, em 1995, marcou em posição de impedimento; no mesmo ano, ajeitou a bola com o braço antes de fazer um gol contra a Argentina, na Copa América.

"Se a seleção de vôlei precisar de um levantador, estamos aí", dizia à época.

Hoje, diz que gol impedido vale para chegar à sonhada marca. Pelo menos no humor, Túlio não mudou muito.

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