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Amigo de Teixeira fatura verba da seleção

CBF Patrocínio da TAM, de US$ 7 mi ao ano, é pago a empresas de Wagner Abrahão, que foi alvo de CPI em 2001

SÉRGIO RANGEL
DO RIO

Quatro empresas de propriedade de um amigo do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira foram apontadas pela confederação como beneficiárias do contrato de patrocínio da seleção com a TAM.

Pelo acordo, que terá validade até o ano da Copa do Mundo de 2014, a CBF indicou as empresas do Grupo Águia, de propriedade do empresário Wagner Abrahão, para receber as cotas mensais de patrocínio.

O empresário já foi investigado por uma CPI e é um dos mais próximos amigos do ex-presidente da CBF.

Teixeira, que deixou o cargo em março passado após 23 anos no poder, comandava a entidade na ocasião da assinatura do contrato.

De acordo com um dos artigos do contrato firmado entre as duas instituições, a CBF informa à TAM que o pagamento mensal poderá ser feito na conta de uma das quatro empresas do grupo de Abrahão e as lista.

São elas: a Pallas Operadora Turística Ltda, a Iron Tour Operadora Turística Ltda, a One Travel Turismo Ltda e a Top Service Turismo Ltda.

Pelo contrato, a TAM paga US$ 7 milhões por ano à confederação para patrocinar a seleção brasileira de futebol. As cotas são pagas mensalmente pela companhia aérea.

O documento firmado entre a TAM e a CBF tem também uma cláusula de confidencialidade para manter o artigo em sigilo.

Na cláusula, a "CBF obriga-se a exigir das empresas (...) compromisso de confidencialidade sobre as condições do contrato".

O acordo atual tem validade até o final de 2014, mas já prevê sua prorrogação até 31 de dezembro de 2018.

Neste período, a TAM vai transportar a seleção em dois Mundiais. Além da Copa brasileira, a empresa aérea cuidará dos voos dos jogadores durante o Mundial da Rússia.

Na Copa da África do Sul, a TAM já havia levado o time comandado por Dunga.

AMIGOS

Em fevereiro, Teixeira viajou acompanhado de Abrahão para Miami, dias antes de renunciar ao comando da confederação.

À frente da entidade desde 1989, o cartola entregou o poder após sofrer pressão do governo federal e da Fifa.

Abrahão é parceiro da CBF desde os anos 1990.

Em 2001, a CPI do Futebol investigou a agência SBTR, cujo dono era o empresário.

De acordo com a CPI, a empresa de Abrahão praticava tabela com tarifas cheias, sem desconto, em viagens da seleção brasileira pagas pela entidade que rege o futebol.

No relatório final, os senadores mostraram que a CBF repassou R$ 31,1 milhões à SBTR em três anos, de 1998 a 2000. Segundo os senadores, não havia notas fiscais referentes às passagens compradas com a agência.

Apesar da investigação da CPI, nos anos seguintes, as empresas de Abrahão continuaram trabalhando com a confederação.

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