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Palmeiras e Vasco opõem suas famílias

SÉRIE A
Scolari, contestado por atletas e detentor da pior campanha do 2º turno, enfrenta interino 'adotado'

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

O treinador que transforma seus times em famílias viu seus filhos se rebelarem e luta para não cair. O clube que perdeu o técnico no meio do caminho abraçou um tímido interino e disputa o título.
Palmeiras e Vasco se enfrentam hoje, no Pacaembu, com objetivos opostos, trajetórias desiguais, histórias pessoais que se confrontam.
Os paulistas ainda se preocupam com uma remota, porém real, chance de rebaixamento. Os cariocas querem tirar o título do Corinthians.
Tal cenário é fruto, principalmente, do que fizeram no segundo turno. O Palmeiras é o lanterna da segunda metade do Campeonato Brasileiro. Venceu somente uma partida e conquistou 22,2% dos pontos que disputou.
Já o Vasco, além de vice-líder na classificação geral, tem a quarta melhor campanha do segundo turno.
É olhando para esses números que entra em cena o protagonismo de Luiz Felipe Scolari e de Cristóvão Borges, o técnico interino do Vasco.
O treinador palmeirense, o mais bem pago do Brasil, passou parte deste segundo semestre em meio a crises. Foi criticado por jogadores que deixaram o clube e até por seus próprios comandados.
Valdivia já o cornetou. Mas o caso mais recente foi Kleber, afastado pelo técnico. O atacante disparou contra Scolari e chegou a dizer que 80% do elenco palmeirense não gosta do exigente técnico.
Exageros à parte, é público que parte do elenco, de fato, não compartilha de ideias e métodos do técnico campeão do mundo em 2002.
O próprio Scolari já declaro que há alguns jogadores com quem tem dificuldade de lidar. E disse, ainda, que o caso Kleber -quando o atacante quase foi para o Flamengo, em julho- desestabilizou completamente sua equipe.
Ontem, o gerente de futebol do clube, César Sampaio, veio a público afirmar que todos os atletas ouvidos por ele disseram apoiar o treinador.
Enquanto isso, o Vasco tinha tudo para abandonar o Brasileiro. Campeão da Copa do Brasil, já tem vaga assegurada na Libertadores. E, na última rodada do primeiro turno, quando ocupava a já surpreendente quarta colocação, viu seu técnico, Ricardo Gomes, afastar-se do cargo após sofrer um AVE (Acidente Vascular Encefálico).
Entrou em cena, então, Cristóvão Borges. Os jogadores, sensibilizados com a situação de Gomes, fecharam-se pelo título. O interino, com estilo discreto e de fala mansa, manteve o time nos trilhos e acabou abraçado também.
"Trabalhamos muito para isso e não precisamos ter falsa modéstia", declarou o auxiliar técnico, nascido em Salvador, que deu seu toque ao time, mas sem perder as características do esquadrão campeão de Ricardo Gomes.

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