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Boa fase atrai 'novos venezuelanos' e reforça sonho de classificação inédita

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Fernando Amorebieta, 26, nasceu enquanto seus pais, bascos e espanhóis, viviam e trabalhavam na Venezuela.
Aos dois anos, mudou-se para a terra de sua família. E só voltou a pisar onde nasceu em 2007, durante um amistoso da seleção do País Basco.
O jogador do Athletic Bilbao já era então um dos mais promissores zagueiros do futebol espanhol. Havia sido campeão europeu sub-19 com a Fúria e seria convocado no ano seguinte para um amistoso da seleção principal.
Só que Amorebieta ficou no banco contra a Dinamarca. E, no mês passado, fez o gol de uma histórica vitória sobre a Argentina. Não da Espanha, mas da Venezuela.
O zagueiro é o mais importante dos reforços que foram atraídos para a seleção "vinotinto" devido à evolução mostrada pelo futebol do país nas últimas temporadas.
Só depois da quarta colocação conquistada na Copa América deste ano, na Argentina, cinco "novos venezuelanos" já foram convocados pelo treinador Cesar Farias.
Tratam-se de jogadores com histórias como a do defensor do Athletic Bilbao, que trocou de casa ainda na infância, ou que possuem laços familiares com a Venezuela.
"Se nós tivéssemos terminado atrás [a Copa América], eles não viriam. Além do desempenho do time, Farias também tem participação nisso: é ele que os convence a jogar", disse o secretário-executivo da Federação Venezuelana, Jesus Garcia Regalado.
A aposta nos "estrangeiros" tem dado resultado. A Venezuela, que nunca disputou um Mundial, está na terceira posição das eliminatórias sul-americanas da Copa de 2014 e tem a mesma pontuação do Uruguai, líder.
Dos três gols feitos pela equipe no qualificatório, dois foram de recém-captados -o atacante Frank Feltscher, do Grasshopper, que assim como o irmão Rolf defendia a seleção suíça sub-21 até o meio deste ano, marcou no empate com a Colômbia.
A expectativa da federação é que o sucesso da iniciativa e os bons resultados influenciem outros jogadores a aceitarem convite para atuar pela Venezuela, como o atacante Jeffrén, ex-Barcelona e hoje no Sporting, que passou por todas as categorias inferiores da seleção espanhola.
E que evite novos casos como o de Valdivia. O meia do Palmeiras nasceu em Maracaibo, mas sempre jogou pela seleção do Chile -país dos seus pais e onde está concentrada toda a sua família- e portanto não tem como ser resgatado pela Venezuela.

Com agências internacionais

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