Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Redentor

Após injeção de dinheiro do Qatar, Paris Saint-Germain lidera e se prepara para deixar passado de poucas taças para lutar pela Europa

RODRIGO BUENO
DE SÃO PAULO

Ele não joga na badalada liga inglesa, não possui status de um Barcelona ou um Real Madrid, não tem a tradição dos grandes italianos nem a pujança de um Bayern.

Mas o Paris Saint-Germain tem ambição e, agora, muito dinheiro. Candidato a novo Chelsea ou Manchester City da Europa, o emblemático clube da Cidade Luz já lidera com uma certa tranquilidade o seu campeonato nacional.

Enfrenta o Nancy amanhã em casa para tentar manter a ponta e a pose de ser o mais recente fenômeno da bola.

Foram mais de € 85 milhões gastos em reforços na pré-temporada. Pastore, contratação mais cara da história da França (€ 42 milhões), Lugano e Menéz, entre outros, foram atraídos pelo Qatar Sports Investments (QSI).

E os olhos continuam grandes: há a disposição de pagar € 50 milhões pelo belga Hazard, de 20 anos, do Lille.

"A intenção da diretoria é fazer o clube voltar a ser potência e ficar entre os melhores da Copa dos Campeões. Temos muito a percorrer, temos que trabalhar duro, sermos campeões", afirmou o brasileiro Nenê à Folha.

Ex-Palmeiras e Santos, ele foi eleito o melhor de outubro no Francês e tem sido desde a última temporada, antes mesmo da fase rica, destaque do time. "Os novos proprietários estão bem motivados, o Leonardo [diretor] é uma pessoa bastante séria e inteligente, fez contratações corretas nas posições em que o time precisava, aumentou a qualidade técnica do time."

O meia contou como foi seu contato com o xeque Tamim bin Hamad al Thani, o homem que está mudando a história do time francês, que tem mais glamour do que títulos.

"Falei uma vez com o príncipe. Ele foi ao estádio, eu estava machucado e ele perguntou se eu já estava bem. Senti que ele é uma pessoa motivada e simples. Gosta de futebol", contou Nenê, embora o tênis seja, aparentemente, o esporte favorito do xeque.

Um dos reforços do PSG é o brasileiro Leonardo, que trocou Milão pelo projeto ambicioso do clube de Paris.

"É uma coisa nova, não o conhecia pessoalmente. Estava acostumado a vê-lo como treinador, até jovem. É legal, ele é brasileiro, tem prestígio, tê-lo conosco é interessante", disse Nenê, que pode marcar gol histórico amanhã.

Faltam dois tentos apenas para o jovem PSG alcançar a marca de 2.000 gols na elite do futebol francês -o clube foi fundado em 1970.

O turbinado time perdeu só a partida de estreia na liga francesa, o que quase custou o cargo do técnico Antoine Kombouaré. A direção exige ao menos um título nesta temporada, mas cobra a conquista de três troféus: além do Francês, a Liga Europa e a Copa da França.

O Qatar Sports Investments deu nova vida a um clube que quase foi rebaixado há três anos e que não conquista o título nacional desde 1994.

"Não queremos ser sensação do dia para a noite. Nossa missão é formar uma equipe vencedora e sermos exemplares com a nossa organização", diz o diretor Leonardo.

Nenê acha que enfim um time francês pode brilhar na Europa e competir de igual para igual contra gigantes.

"O futebol francês nunca teve muita força em relação aos outros países por causa do estilo. Era mais físico e tático, não tão técnico como na Espanha, Itália e Inglaterra, mas isso está mudando."

O brasileiro já vislumbra fazer história. "O pessoal quer entrar nesse grupo seleto dos melhores da Europa. Espero fazer parte disso."

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.