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Marizete dá bi ao Brasil e, com queniano, embola SS
EDUARDO OHATA
GUILHERME ROSEGUINI
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
A goiana Marizete de Paula Rezende superou ontem um sério
problema de respiração que a fez
ser submetida a duas cirurgias e
perder um ano de competição para conquistar o bicampeonato
brasileiro na São Silvestre.
Mas a euforia com a vitória de
Rezende transformou-se em frustração na prova masculina.
Solitário no pódio, Marílson dos
Santos chegou em segundo lugar
e viu o Quênia de Robert Cheruiyot, campeão da prova, ratificar
sua hegemonia no masculino. Os
quenianos venceram oito das últimas dez edições e superaram o
Brasil, que tem sete títulos.
Com os resultados, Brasil e Quênia agora somam 11 conquistas na
SS, assumindo a liderança do ranking histórico ao lado de Portugal.
No feminino, em prova marcada pela ausência de estrelas e, por
isso, sem grande disparidade técnica, Marizete, 28, cruzou a linha
de chegada em 54min02s.
A vencedora contou que, por
causa de alergia crônica, não obtinha oxigênio suficiente pelo nariz. ""É até feio [as caretas que fazia na subida da av. Brigadeiro
Luis Antonio". Os médicos me
disseram que ficaria 100%, mas
após duas cirurgias e o afastamento das competições por um
ano a coisa ficou na mesma."
O Brasil dominou o pódio.
Adriana de Souza ficou em segundo, 27 segundos atrás de Rezende,
Maria Zeferina Balldaia, que defendia o título, terminou em terceiro. A colombiana Bertha Sanchez Rivera, que completou a prova na quarta posição, foi a estrangeira mais bem colocada.
"Esse ano me deram o número
dez porque fui a décima em 2001.
Acho que perdi o 0 em algum lugar e acabei sendo a primeira",
brincou Marizete após a chegada.
A próxima competição de Marizete deve ser a corrida de Reis em
Cuiabá, prova de 10 km, no próximo dia 12. Um objetivo para este
ano é obter índice para a maratona dos Jogos de Atenas-2004.
A prova foi bastante disputada
desde os primeiros metros. Pelotão capitaneado pela queniana
Gladys Asiba foi formado nos
quilômetros iniciais. Célia dos
Santos e Balldaia, que, por causa
de contusão, só confirmou presença na última sexta, também
chegaram a liderar a corrida.
A partir do 10º quilômetro, algumas atletas foram se distanciando e desenhando o resultado
da corrida. No início da subida da
av. Brigadeiro Luis Antonio, um
dos pontos de maior desgaste,
Marizete assumiu a liderança isolada. A partir daí, seguiu sozinha
até cruzar a linha de chegada e garantir o bicampeonato.
O Brasil já havia obtido dois títulos consecutivos na prova feminina no biênio 1995-1996, quando
Carmen de Oliveira e Roseli Machado triunfaram.
A exemplo da prova feminina, o
evento masculino começou embolado, com vários atletas no primeiro pelotão. Mas, diferentemente do que a São Silvestre viu
em sua primeira competição do
dia, a maioria no pelotão dianteiro era formada por estrangeiros.
Santos seguia na ponta até o 10º
quilômetro ao lado de Cheruiyot,
Paul Kiruiu e Lazarus Nyakeraka,
do Quênia, e Silesh Sihen, da Etiópia. E, novamente como acontecera entre as mulheres, o pódio só
começou a ser definido na av. Brigadeiro Luiz Antônio.
A partir daí o queniano Cheruiyot, companheiro de treinamentos do pentacampeão Paul Tergat,
assumiu a ponta, que não deixou
mais até o final da corrida, que
terminou em 44min59s.
Estafado após a vitória, o queniano chegou a vomitar após cruzar a linha de chegada. "Vim para
vencer", disse Cheruiyot.
"Tentei alcançá-lo, mas o ritmo
era forte demais", disse Santos,
que já havia sido o melhor brasileiro em 2001 (4º lugar).
Os vencedores levaram R$ 17
mil, o equivalente a US$ 4.800. Em
2001, o prêmio foi de US$ 5.200.
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