São Paulo, terça-feira, 01 de janeiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

moleza

Mesmo lento, queniano é tricampeão na Paulista

Cheruiyot vence São Silvestre com um tempo que o deixaria em nono em 2006

Campeão do ano passado, Frank Caldeira, favorito do país, decepciona desde a largada, não completa e vê rival Atlético-MG no pódio

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Robert Cheruiyot abraça a conterrânea Alice Timbilili logo depois de vencerem a São Silvestre


FÁBIO GRIJÓ
MARIANA LAJOLO
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Robert Cheruiyot, 29, nem precisou se esforçar muito para conquistar, ontem, sua terceira vitória na São Silvestre.
De volta às ruas paulistanas depois da ausência no ano passado, o atleta queniano venceu com um tempo (45min57s) que o deixaria apenas em nono lugar na corrida de 2006.
Das seis vezes que disputou a prova, só na primeira, em 2001, quando passou mal e teve até que ser hospitalizado, o queniano registrou um tempo pior. Mas ainda assim ele justificou a fama de melhor maratonista da temporada e a superioridade sobre os concorrentes.
Sob forte calor (30 graus), mas sem chuva e com baixa umidade, Cheruiyot cruzou a linha de chegada com quase um minuto de vantagem sobre o compatriota Patrick Ivuti. "Me senti muito bem no início, e depois corri fácil", disse o tricampeão da São Silvestre.
Na chegada, um gesto de carinho com a cidade que diz adorar: logo ao cruzar a linha, se ajoelhou e beijou o asfalto da avenida Paulista, que recebeu 20 mil corredores ontem, um recorde para a 83ª edição da tradicional corrida.
No pódio, uma provocação, segundo ele involuntária, ao rival Franck Caldeira, o brasileiro que era tido como a maior ameaça a Cheruiyot por ser o atual campeão da São Silvestre, mas que acabou decepcionando feio. A maior aposta da torcida brasileira para o pódio sequer completou a prova. Abandonou o percurso próximo do Km 5, após sentir fraqueza.
Caldeira é o principal nome da equipe de atletismo do Cruzeiro. Então Cheruiyot resolveu celebrar sua vitória enrolado numa bandeira do Atlético-MG, o grande rival do time azul, que vestiu com as suas camisas até a namorada e a mãe de Caldeira -esta última, sem esconder a tristeza pelo filho.
"Me entregaram a bandeira no pódio, nem sabia do que era", afirmou o queniano.
Foi a décima vitória de um queniano na prova masculina. Desde 1992 o país, que também venceu ontem entre as mulheres, só não ficou com a vitória em seis edições, como no ano passado, quando não enviou seus competidores de elite.
A vitória de Cheruiyot acabou com uma série de dois triunfos brasileiros.
O melhor anfitrião foi Anoé dos Santos Dias, que ficou em terceiro. O pódio foi completado pelo colombiano Jacinto Lopez (o quarto) e o brasileiro Marildo José Barduco (quinto).
Cheruiyot faturou R$ 24 mil de prêmio pelo triunfo. Pouco para quem acaba de faturar US$ 500 mil por ter tido o melhor desempenho nas cinco principais maratonas.
Ele assumiu a liderança ainda no Minhocão, quando nem um terço da prova havia sido completado. Depois de metade do percurso, nem mais olhava para trás para ver rivais.
"Quando você corre rápido, fica fácil", repetiu Cheruiyot.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Queniana confirma favoritismo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.