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moleza
Mesmo lento, queniano é tricampeão na Paulista
Cheruiyot vence São Silvestre com um tempo que o deixaria em nono em 2006
Campeão do ano passado, Frank Caldeira, favorito do país, decepciona desde a largada, não completa e vê rival Atlético-MG no pódio
Eduardo Knapp/Folha Imagem
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Robert Cheruiyot abraça a conterrânea Alice Timbilili logo depois de vencerem a São Silvestre |
FÁBIO GRIJÓ
MARIANA LAJOLO
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Robert Cheruiyot, 29, nem
precisou se esforçar muito para
conquistar, ontem, sua terceira
vitória na São Silvestre.
De volta às ruas paulistanas
depois da ausência no ano passado, o atleta queniano venceu
com um tempo (45min57s) que
o deixaria apenas em nono lugar na corrida de 2006.
Das seis vezes que disputou a
prova, só na primeira, em 2001,
quando passou mal e teve até
que ser hospitalizado, o queniano registrou um tempo pior.
Mas ainda assim ele justificou a
fama de melhor maratonista da
temporada e a superioridade
sobre os concorrentes.
Sob forte calor (30 graus),
mas sem chuva e com baixa
umidade, Cheruiyot cruzou a
linha de chegada com quase um
minuto de vantagem sobre o
compatriota Patrick Ivuti. "Me
senti muito bem no início, e depois corri fácil", disse o tricampeão da São Silvestre.
Na chegada, um gesto de carinho com a cidade que diz adorar: logo ao cruzar a linha, se
ajoelhou e beijou o asfalto da
avenida Paulista, que recebeu
20 mil corredores ontem, um
recorde para a 83ª edição da
tradicional corrida.
No pódio, uma provocação,
segundo ele involuntária, ao rival Franck Caldeira, o brasileiro que era tido como a maior
ameaça a Cheruiyot por ser o
atual campeão da São Silvestre,
mas que acabou decepcionando feio. A maior aposta da torcida brasileira para o pódio sequer completou a prova. Abandonou o percurso próximo do
Km 5, após sentir fraqueza.
Caldeira é o principal nome
da equipe de atletismo do Cruzeiro. Então Cheruiyot resolveu celebrar sua vitória enrolado numa bandeira do Atlético-MG, o grande rival do time azul,
que vestiu com as suas camisas
até a namorada e a mãe de Caldeira -esta última, sem esconder a tristeza pelo filho.
"Me entregaram a bandeira
no pódio, nem sabia do que
era", afirmou o queniano.
Foi a décima vitória de um
queniano na prova masculina.
Desde 1992 o país, que também
venceu ontem entre as mulheres, só não ficou com a vitória
em seis edições, como no ano
passado, quando não enviou
seus competidores de elite.
A vitória de Cheruiyot acabou com uma série de dois
triunfos brasileiros.
O melhor anfitrião foi Anoé
dos Santos Dias, que ficou em
terceiro. O pódio foi completado pelo colombiano Jacinto
Lopez (o quarto) e o brasileiro
Marildo José Barduco (quinto).
Cheruiyot faturou R$ 24 mil
de prêmio pelo triunfo. Pouco
para quem acaba de faturar
US$ 500 mil por ter tido o melhor desempenho nas cinco
principais maratonas.
Ele assumiu a liderança ainda no Minhocão, quando nem
um terço da prova havia sido
completado. Depois de metade
do percurso, nem mais olhava
para trás para ver rivais.
"Quando você corre rápido,
fica fácil", repetiu Cheruiyot.
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