São Paulo, terça-feira, 01 de janeiro de 2008

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Corrida "unissex" junta e forma casais

Namorados e famílias aplaudem saída de homens e mulheres no mesmo horário, embora paquera tenha incomodado

Corredoras experientes, porém, reclamam ter havido maior dificuldade com a largada mista, devido ao congestionamento da saída

DA REPORTAGEM LOCAL

A cena ao fim da São Silvestre foi inédita: um homem e uma mulher cruzaram a linha de chegada praticamente juntos.
Um desfecho simbólico para uma prova que viveu um clima totalmente diferente durante todo o dia na avenida Paulista.
Pela primeira vez, homens e mulheres estiveram lado a lado na famosa aglomeração da largada da corrida paulistana.
Famílias puderam correr unidas, casais de mãos dadas se multiplicavam pela área de aquecimento e equipes disputaram a prova completas. Deles só se ouviu elogios à novidade.
Muitas mulheres, porém, reprovaram a "prova mista". "Para nós, a competição ficou mais tumultuada e mais arriscada. Tem muita gente aqui. O horário é melhor, mas o pelotão poderia ser separado", afirmou Síria Costa, 30, de Curitiba, segunda vez na Paulista.
A reclamação era a mesma de Maria dos Anjos. Apesar de ter cumprido os 15 km do ano passado em pouco mais de uma hora e dez minutos, ela largou bem atrás da área destinada a corredores do seu nível.
"A velocidade dos homens é mais alta. A largada vai ser complicada", disse a corredora, de São José dos Campos.
Até 2006, as mulheres saíam bem antes da prova masculina. O forte calor no horário era reclamação antiga. Nesta última edição, a reivindicação foi atendida, mas só a elite largou em horário separado.
Os casais, que pela primeira vez puderam correr juntos, aprovaram a novidade.
"Só viemos porque podíamos competir juntos. No ano passado eu corri sozinho, e agora ela não iria gostar de ficar sozinha", disse Chico Leite, ao lado da mulher, Sílvia.
Josiane Marcondes da Silva competiu pela quinta vez. Não largava da mão do marido no meio da multidão de atletas.
"Fiquei com receio, tem pouca mulher e não sabia qual seria o comportamento deles. Mas estou com segurança", brincou.
Os dois prometerem correr lado a lado o tempo todo. Claudemir, seu marido, disse que iria até pegar os copos de água da mulher a cada parada, para que ela não perdesse tempo.
A presença feminina também chamou a atenção de quem foi à São Silvestre também para paquerar.
"Eles parecem estar mais saidinhos. Acho que não estavam acostumados com tanta mulher. Já me pediram para tirar fotos, puxam conversa. Não ligo. É o astral da corrida", disse Raquel Vitoriano, 32, de BH.
Enquanto ela dava entrevistas, outra trocava telefones com um corredor. Escreviam no papel de inscrição, que fica colado na camisa durante a prova. (FABIO GRIJÓ, MARIANA LAJOLO E PAULO COBOS)


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