São Paulo, quinta-feira, 01 de janeiro de 2009

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Mulher honra o Brasil na São Silvestre

Africanos chegam em primeiro lugar na 84ª edição da corrida, mas quatro brasileiras vão ao pódio e impedem fiasco

Na disputa masculina, país amarga o pior desempenho desde 1998, último ano em que um atleta nacional não figurou entre os 5 primeiros


GIULLIANA BIANCONI
MARIANA BASTOS
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

As mulheres salvaram o Brasil de um fiasco na 84ª edição da corrida de São Silvestre. Apesar de a campeã ter sido a etíope Yimer Wude Ayalew, as brasileiras ocuparam as outras quatro posições do pódio.
A melhor foi Fabiana Cristine da Silva, segunda colocada com o tempo de 52min28s, quase um minuto depois da campeã, que embolsou R$ 25 mil -Fabiana levou a metade.
O pódio masculino foi de estrangeiros. O queniano James Kipsang venceu, seguido por dois compatriotas, Evans Cheruiyot e Chemwolo Mutai. Marco Joseph, da Tanzânia, foi o quarto, e o colombiano William de Jesus, o quinto.
Esse resultado ocorreu justamente no ano em que a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) admitiu que pretende limitar o número de competidores estrangeiros em provas de menor porte no Brasil.
O brasileiro mais bem colocado, Raimundo Aguiar, completou a prova em sétimo e ficou com R$ 1.000 de prêmio -o campeão levou R$ 25 mil.
"Os africanos impuseram um ritmo poucas vezes visto. Até o km 5 eu tentei acompanhar, mas estava impossível suportar", disse Aguiar, que completou o percurso em 46min03s, mais de um minuto após o campeão da corrida de 15 km.
Os brasileiros obtiveram uma das piores performances da história da São Silvestre. Desde 1998, a corrida não assistia a um pódio masculino formado exclusivamente por estrangeiros. Uma das maiores esperanças brasileiras, Franck Caldeira abandonou no km 10.
"A prova masculina é bem mais forte que a feminina. O nível dos estrangeiros na prova deles foi bem maior do que na nossa", comentou Fabiana.
O Quênia ainda ultrapassou o Brasil entre os homens em número de títulos, 11 a 10, desde o início da fase internacional da São Silvestre, em 1945.
Apesar de terem honrado o país, as brasileiras, em nenhum momento da prova, estiveram à frente. No início, a corrida foi liderada por Sarah Radhaman. A tanzaniana se manteve na ponta até a metade da prova, quando foi passada por Yimer.
Já a prova masculina começou embolada, com vários africanos no primeiro pelotão. Na metade da prova, o pelotão se reduziu a cinco. A partir do km 9, Kipsang se distanciou e administrou a vantagem até o fim.


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