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Febre amarela preocupa e até desaloja equipe
Times de futebol vacinam torcedores, e atletas olímpicos têm treinos afetados
Seleção de canoagem é obrigada a deixar base em Cascavel (PR) após parque ser interditado por suspeita de contaminação de macaco
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os recentes casos de febre
amarela transformaram clubes
de futebol em postos de vacinação e provocaram preocupação
e transtorno aos atletas do país.
Nos últimos meses, times
que iriam ou não viajar para zonas de risco decidiram imunizar seus atletas. Aproveitaram
para vacinar também funcionários, torcedores e jornalistas,
mesmo que sem necessidade.
Outros competidores tiveram sua preparação afetada.
Em fase de treinos para a
Olimpíada de Pequim, a equipe
de canoagem que usava como
base um lago de Cascavel, no
Paraná, teve de se mudar.
Nem as carteirinhas que
comprovavam a vacina em dia
serviram de argumento para a
Secretaria Municipal da Saúde
liberar os treinos. O local foi interditado após suspeita de contaminação de um macaco que
foi encontrado morto.
Resultado: o time, que conta
com medalhistas do Pan do Rio,
passou três semanas hospedado em uma pousada em Itaipulândia (cerca de 120 km de Cascavel). "Como nosso orçamento era apertado, não deu para ficar mais. Isso prejudicou nossa
preparação", afirmou o técnico
Lauro de Souza Júnior.
Apesar de ainda não ter liberação oficial para remar, a equipe treinou ontem no lago de
Cascavel. A interdição já dura
mais de 20 dias, prazo estipulado pelas autoridades.
"Eles nos informaram que a
seletiva masculina para o Pré-Olímpico será no começo de
março. Não temos como não ficar parados", disse Júnior.
No Paraná, que tem apenas o
oeste como zona de risco, outros esportes também se mobilizaram por causa da doença.
A federação local de vôlei pediu a jogadores, técnicos e torcedores que se vacinassem para
ir a Medianeira, sede de etapa
do circuito de praia.
"A maioria dos atletas é da região de Curitiba, em que não há
risco. Mas como vão a outra cidade, achamos melhor dar o
aviso", afirmou Clésio Prado,
vice-presidente da entidade.
O Ministério da Saúde já
alertou que só deve ser vacinado quem for se deslocar para as
áreas em que há risco.
Apesar disso, algumas entidades indicaram a vacinação.
Clubes de futebol que costumam viajar pelo país correram
para imunizar seus jogadores.
Alguns, por receio, vacinaram também funcionários, o
que não seria necessário.
Até ontem, o ministério confirmava 43 casos de reações adversas - 40 em Goiás e no Distrito Federal. Desde dezembro,
foram notificados 20 casos da
doença. Goiás confirmou ontem a 11ª morte.
"Minas está em uma situação
tranqüila. Mas, por causa das
viagens, achamos prudente a
vacinação", disse o médico do
Atlético-MG Marcus Vinícius
dos Santos. Neste ano, o clube
terá até de jogar fora do país.
Jornalistas que cobriam a
pré-temporada do time aproveitaram para tomar a vacina.
No Vila Nova, de Goiás, um
dos principais locais de risco do
país, torcedores que estavam
no clube no dia da vacinação
também foram imunizados.
"Todos os jogadores que estavam aqui foram vacinados
pois viajam bastante. Até eu tomei, apesar de a minha só vencer no fim do ano", disse Antônio Rosa, secretário administrativo do Vila Nova.
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