São Paulo, sexta-feira, 01 de fevereiro de 2008

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Febre amarela preocupa e até desaloja equipe

Times de futebol vacinam torcedores, e atletas olímpicos têm treinos afetados

Seleção de canoagem é obrigada a deixar base em Cascavel (PR) após parque ser interditado por suspeita de contaminação de macaco


MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os recentes casos de febre amarela transformaram clubes de futebol em postos de vacinação e provocaram preocupação e transtorno aos atletas do país.
Nos últimos meses, times que iriam ou não viajar para zonas de risco decidiram imunizar seus atletas. Aproveitaram para vacinar também funcionários, torcedores e jornalistas, mesmo que sem necessidade.
Outros competidores tiveram sua preparação afetada.
Em fase de treinos para a Olimpíada de Pequim, a equipe de canoagem que usava como base um lago de Cascavel, no Paraná, teve de se mudar.
Nem as carteirinhas que comprovavam a vacina em dia serviram de argumento para a Secretaria Municipal da Saúde liberar os treinos. O local foi interditado após suspeita de contaminação de um macaco que foi encontrado morto.
Resultado: o time, que conta com medalhistas do Pan do Rio, passou três semanas hospedado em uma pousada em Itaipulândia (cerca de 120 km de Cascavel). "Como nosso orçamento era apertado, não deu para ficar mais. Isso prejudicou nossa preparação", afirmou o técnico Lauro de Souza Júnior.
Apesar de ainda não ter liberação oficial para remar, a equipe treinou ontem no lago de Cascavel. A interdição já dura mais de 20 dias, prazo estipulado pelas autoridades.
"Eles nos informaram que a seletiva masculina para o Pré-Olímpico será no começo de março. Não temos como não ficar parados", disse Júnior.
No Paraná, que tem apenas o oeste como zona de risco, outros esportes também se mobilizaram por causa da doença.
A federação local de vôlei pediu a jogadores, técnicos e torcedores que se vacinassem para ir a Medianeira, sede de etapa do circuito de praia.
"A maioria dos atletas é da região de Curitiba, em que não há risco. Mas como vão a outra cidade, achamos melhor dar o aviso", afirmou Clésio Prado, vice-presidente da entidade.
O Ministério da Saúde já alertou que só deve ser vacinado quem for se deslocar para as áreas em que há risco.
Apesar disso, algumas entidades indicaram a vacinação.
Clubes de futebol que costumam viajar pelo país correram para imunizar seus jogadores.
Alguns, por receio, vacinaram também funcionários, o que não seria necessário.
Até ontem, o ministério confirmava 43 casos de reações adversas - 40 em Goiás e no Distrito Federal. Desde dezembro, foram notificados 20 casos da doença. Goiás confirmou ontem a 11ª morte.
"Minas está em uma situação tranqüila. Mas, por causa das viagens, achamos prudente a vacinação", disse o médico do Atlético-MG Marcus Vinícius dos Santos. Neste ano, o clube terá até de jogar fora do país.
Jornalistas que cobriam a pré-temporada do time aproveitaram para tomar a vacina.
No Vila Nova, de Goiás, um dos principais locais de risco do país, torcedores que estavam no clube no dia da vacinação também foram imunizados.
"Todos os jogadores que estavam aqui foram vacinados pois viajam bastante. Até eu tomei, apesar de a minha só vencer no fim do ano", disse Antônio Rosa, secretário administrativo do Vila Nova.


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