São Paulo, sexta-feira, 01 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Behar e Shelda dão adeus à praia

Após 12 anos, duas pratas olímpicas e seis títulos do Circuito Mundial, atletas põem fim à parceria

Sucessivas lesões provocam aposentadoria de Adriana, e companheira jogará com Ana Paula na tentativa de obter uma vaga em Pequim


DA REPORTAGEM LOCAL

Adriana Behar/Shelda, principal dupla de vôlei de praia brasileira da última década, vai deixar as areias.
Aos 38 anos e após uma temporada marcada por contusões, Behar decidiu se aposentar. Shelda, 35, dará continuidade ao sonho de conquistar o ouro olímpico ao lado de Ana Paula.
Nos mais de 12 anos em que atuou junta, a mais longeva dupla da elite de praia brasileira ficou duas vezes em segundo lugar em Olimpíadas, em Sydney-2000 e Atenas-2004.
Behar e Shelda conquistaram também o hexacampeonato do Circuito Mundial e faturaram oito vezes o título brasileiro -somam 1.101 vitórias.
O fim da parceria era previsto desde dezembro, mas só foi confirmado ontem. No ano passado, a dupla acumulou resultados ruins, e Behar sofreu com problemas físicos. O jogo de despedida será no domingo.
Logo após a prata na Grécia, Shelda afirmou que iria buscar novo pódio em Pequim. Behar foi mais contida e apontou que só continuaria na quadra se pudesse jogar com qualidade.
As duas formavam uma das duplas de sucesso mais "improváveis" do Circuito Mundial. Shelda tem apenas 1,65 m em um esporte que prioriza cada vez mais a altura. Além disso, por causa de um acidente, tem parte da mão direita atrofiada.
Sua ex-companheira costumava dizer que ela era a melhor jogadora do Circuito Mundial.
Behar não tem o mesmo problema com altura, ostenta 1,80 m. Mas sofre há anos com limitações físicas, já disputou várias temporadas ao lado de ortopedistas e foi submetida a muitas sessões de acupuntura para tentar aplacar as insistentes dores lombares.
A dupla manteve o topo graças ao talento e à estrutura que conseguiu criar a seu redor.
Ao completarem dez anos de carreira na praia, as atletas foram escolhidas pelo Comitê Olímpico Internacionais como "heroínas olímpicas".
Com o rompimento, acaba a dança das cadeiras na elite nacional. Em 2007, Ana Paula já havia deixado Leila, que atuará ao lado da campeã olímpica Sandra. Com Ana Paula, Shelda tentará a vaga em Pequim.
Pelo ranking mundial, Juliana/Larissa e Renata/Talita são as parcerias mais próximas dos Jogos hoje.0 (MARIANA LAJOLO)


Texto Anterior: Com outro brasileiro, Renault exibe carro
Próximo Texto: Em público: Último jogo será em Ipanema
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.