São Paulo, terça-feira, 01 de fevereiro de 2011 |
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LOS GRINGOS PAUL DOYLE Fracasso no Chelsea
O CANTOR David Lee Roth certa vez brincou que "quem quer que diga que o dinheiro não traz felicidade não sabe onde fazer compras". Frank Arnesen provavelmente é um homem feliz, mas uma coisa que esta temporada confirmou é que ele já não sabe onde fazer compras. Arnesen é visto há muito como um dos mais astutos caçadores de talentos do futebol, reputação que ele mantém desde 1994, quando aconselhou o PSV Eindhoven a comprar Ronaldo antes de qualquer outro time europeu. Foi por conta dessa reputação que Roman Abramovich o roubou do Tottenham em 2005 e fez dele o principal recrutador do Chelsea, com a missão de identificar os melhores jovens do planeta e permitir que o time de Stamford Bridge deixasse de pagar fortunas para contratar astros. Desde então, o Chelsea investiu milhões na contratação de adolescentes, montando as mais dispendiosas equipes juvenis de todos os tempos. Quando chegou à final da FA Youth Cup pela primeira vez, em 2008, e perdeu para o Manchester City, a reação do Chelsea foi comprar o rival que mais o atormentou, o atacante Daniel Sturridge. Como quase todos os recrutas de Arnesen, no entanto, Sturridge não deixou sua marca no time adulto do Chelsea. Até mesmo o mais bem-sucedido dos contratados de Arnesen, John Mikel Obi, é causa de frustração -as estatísticas oficiais demonstram que Mikel tocou na bola mais vezes do que qualquer outro jogador da Premier League nesta temporada, mas o que essas estatísticas não revelam é que quase todos esses toques foram passes preguiçosos para trás, quase tão relevantes para o jogo quanto os hábitos de acasalamento dos golfinhos japoneses. Não surpreende que Arnesen já saiba que seu contrato com o Chelsea não será renovado no meio do ano. Enquanto isso, Sturridge foi oferecido ao Liverpool como parte da oferta por Fernando Torres. O Liverpool, que não sofre a desvantagem da assessoria de Abramovich, rejeitou a proposta e quis ser pago em dinheiro -uma vasta soma. Por isso, Abramovich está de volta ao seu ponto de partida no futebol inglês. Ou talvez esteja de volta a 2006, o que poderia ser ainda pior: já que Torres vem jogando há um ano como um moleque mimado, o interesse de Abramovich por ele evoca lembranças de seu esforço mal concebido para adquirir Andrei Shevchenko. PAUL DOYLE é redator-chefe de futebol do jornal britânico "The Guardian" Tradução de PAULO MIGLIACCI Texto Anterior: Copa-2014: São Paulo, Brasília e Rio querem centro de mídia Próximo Texto: Brasil ganha dois pilotos de testes Índice | Comunicar Erros |
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