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nove seguidas
Santos faz "gracinha", irrita e vence
Neymar marca um gol, dá passe para outro, perde pênalti, cava amarelo para corintiano e é destaque na Vila Belmiro
Santos 2
Corinthians 1
LUCAS REIS
PAULO GALDIERI
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTOS
Antes do clássico, a ausência
de Robinho diante do Corinthians era lastimada pelos santistas. Depois da nona vitória
seguida do time, líder isolado
do Paulista, poucos se lembraram que o ídolo não jogou.
Façanha de Neymar.
Novamente com a camisa 7,
que cedeu a Robinho, ele fez do
duelo na Vila Belmiro seu grande palco. Assim como Ronaldo
fizera há quase um ano, no
mesmo palco, Neymar foi o
destaque. Capitaneou os 2 a 1
do Santos sobre seu maior rival.
E não foi apenas no seu gol
que o jovem santista apareceu.
Ele fez de tudo. Deu assistência
para André marcar o segundo
tento do Santos, perdeu pênalti, liderou contragolpes e até
cobriu buracos na defesa.
A "molecagem" de Neymar
apareceu até quando a bola estava parada. E por duas vezes.
Na primeira, durante a comemoração de seu gol, abrindo
o placar, aos 33min do primeiro
tempo, quando homenageou o
Exército -aos 18, ele se alistou
no serviço militar. "Foi para o
nosso tenente, que comanda
tudo direitinho", brincou.
Na segunda, num lance de
atrevimento, deu um chapéu
em Chicão, depois que o árbitro
já havia parado o lance. "Ele ficou falando que ia vir para cima", simplificou o santista, que
com a "gracinha" cavou um
amarelo para o defensor.
Mas não foi apenas o zagueiro que se irritou com lances de
habilidade do time santista.
Ronaldo, que pouco participou da partida, saiu reclamando do preciosismo santista.
"Com os dois [gols] na frente
alguns jovens ficam querendo
fazer gracinha", queixou-se o
camisa 9 do Corinthians. Mas o
Fenômeno excluiu Neymar da
lista de "desrespeitosos". "Ele é
um dos mais objetivos do Santos. O recado é para os outros
que têm muito pela frente e ficam fazendo gracinha."
Paulo Henrique Ganso, um
dos mais habilidosos desta nova geração de "Meninos da Vila", rebateu o centroavante.
"Essa movimentação é muito
rápida, dá trabalho e faz os Santos ganhar os jogos. O Santos
segurou um pouco o jogo, tocou
a bola. Ninguém fez firula em
campo, não", disse o meia.
A reclamação corintiana, porém, ganhou apoio do técnico
Dorival Júnior. "A equipe do
Santos é aquela do primeiro
tempo. Depois, com dois a
mais, houve um relaxamento e
falta de objetividade", disse. "E
o Neymar não tinha necessidade de fazer aquilo", afirmou
Dorival, sobre o lance de seu
atacante em cima de Chicão.
O domínio do Santos no clássico ficou evidente desde os
primeiros minutos. Com um
meio-campo formado com dois
meias, o time da Vila dominou
o primeiro tempo da partida.
O Corinthians, que voltou a
utilizar a formação vitoriosa de
2009, com três atacantes e com
Dentinho, autor do único gol
corintiano, como titular, não
conseguia pressionar a saída de
bola do adversário. Mesmo assim, na etapa final esteve perto
de empatar, embora jogasse
com dois a menos.
Mas também desde o início, a
tensão ficou clara. Com menos
de um minuto de partida, uma
entrada de Ganso em Ronaldo,
que acabara de dar a saída, acirrou os ânimos.
As duas expulsões, de Roberto Carlos e Moacir, fizeram o
Corinthians sair de campo
queixando-se muito do árbitro
José Henrique de Carvalho.
"Desde o primeiro minuto do
jogo fomos prejudicados. Quatro assistentes e um juiz e ninguém vê nada", disse Ronaldo.
Mas quem também reclamou
bastante -na medida do possível- foi a torcida do Santos. Feliz com o triunfo, ficou com a
impressão de que a equipe deixou passar a oportunidade de
devolver a histórica goleada de
7 a 1 para o Corinthians em
2005. Mas isso, Neymar não foi
capaz de garantir ontem.
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