São Paulo, quinta-feira, 01 de abril de 2004

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PARAGUAI 0 x 0 BRASIL

Enquanto time de Parreira vive blecaute elétrico e técnico em Assunção, tradicional lanterna do continente surpreende Uruguai e encosta no Brasil

Venezuela ilumina outra noite de seleção apagada

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Jogadores da seleção brasileira se reúnem no centro do gramado após queda de energia escurecer o estádio Defensores Del Chaco


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO

Uma vitória fora de casa consagradora, diante de um estádio lotado, a terceira consecutiva da equipe nas eliminatórias, 3 a 0 no tradicional Uruguai. Tudo isso a centenas de quilômetros do Defensores del Chaco, onde o Brasil apagava de novo em um 0 a 0, o quarto da nova gestão de Carlos Alberto Parreira, desta vez contra o Paraguai, em Assunção.
São sete empates desde que o técnico assumiu. Só deu igualdade no marcador nos últimos quatro jogos da seleção brasileira.
Após cinco rodadas das eliminatórias sul-americanas, o Brasil tem nove pontos na tabela. O mesmo que a Venezuela, destaque da noite. Os atuais campeões mundiais levam vantagem no saldo de gols, mas os antigos "bobos" do continente é que empolgam pelo futebol em campo.
Surpresa das eliminatórias até agora, a seleção venezuelana entrou na zona de classificação para a Copa pela primeira vez na história. Contra o Uruguai, marcaram Urdaneta, aos 18min do primeiro tempo, González, aos 19min, e Arango, aos 35min do segundo. A Venezuela é o único filiado à Conmebol que não foi ao Mundial e que não venceu o Brasil.
Pelos números, a seleção de Parreira, invicta, faz campanha ligeiramente melhor do a que de Wanderley Luxemburgo no início das eliminatórias passadas, quando chegou à sexta rodada com uma derrota e oito pontos. Pelo futebol, deve do mesmo jeito.
Mesmo as estrelas do time tiveram noite apagada em Assunção.
O jogo de ontem foi interrompido por mais de meia hora devido a uma queda de energia. Só dois minutos de partida haviam passado quando ocorreu o ""apagão".
No reinício, o jogo foi morno. Apenas entradas mais duras, de ambos os lados, esquentaram a partida. Ronaldo, em especial, sofreu nos choques com paraguaios.
Após sofrer uma falta, o jogador do Real Madrid ensaiou um revide e foi advertido com cartão amarelo. Foi o segundo sofrido por ele em dez anos de seleção brasileira -Toledo também foi advertido pelo árbitro no lance.
Quem esteve mais nervoso, porém, foi Gilberto Silva. Reserva do Arsenal, o jogador levou cartão amarelo por fazer seguidas faltas. Está suspenso do próximo jogo, o clássico contra a Argentina.
Ofensivamente, o time nacional foi pífio, especialmente no primeiro tempo, quando não acertou uma bola sequer no gol de Tavarelli -goleiro do Grêmio que só jogou porque o titular Villar se contundiu na véspera do jogo.
O Paraguai, que começou a rodada como líder das eliminatórias, fazia seu jogo simples. Investia nos cruzamentos para Cardozo e Santa Cruz, como esperado.
A zaga brasileira, bastante contestada nos últimos jogos, suportou as bolas alçadas por Arce e Caniza sem muitos problemas. Lúcio e Roque Júnior, porém, sofriam muito na saída de bola.
Houve chutões em alguns momentos, mas erros bisonhos, como em outras oportunidades, não aconteceram. Parreira entendeu que a atuação, pelo menos defensivamente, foi boa. O técnico praticamente dava ontem sua última chance aos dois zagueiros.
O novo titular do meio-campo, o volante santista Renato, foi tímido. Atuou no primeiro tempo sem o brilhantismo do clube e, na segunda etapa, acabou substituído por Juninho Pernambucano.
Na segunda etapa, o jogo ficou mais aberto, mas os contra-ataques com o badalado trio formado por Ronaldo, Ronaldinho e Kaká não decidiu. O atacante do Real Madrid teve as melhores chances, mas não teve sucesso.
No total, foram 15 finalizações do Brasil e, segundo o Datafolha, apenas uma foi certa.
Ainda ontem jogariam Peru e Colômbia. Uma vitória dos peruanos embolaria ainda mais a disputa pelas vagas na Copa.


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