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FUTEBOL
Técnico já deixou dez jogadores pelo caminho desde que voltou ao cargo
Discreto, Parreira encosta atletas e cria outra seleção
DO ENVIADO A ASSUNÇÃO
Bem ao seu estilo discreto, Carlos Alberto Parreira mudou bastante a cara do elenco da seleção
brasileira. Do grupo chamado pelo treinador para a sua estréia no
time nacional, contra a China, em
fevereiro do ano passado, dez jogadores não estão na delegação
que participou do 0 a 0 de ontem
com o Paraguai pelas eliminatórias da Copa de 2006.
Ficaram pelo caminho antigos
xodós do técnico e de seu guru
Zagallo, revelações e até medalhões da conquista do penta.
Estão na lista nomes como Denílson, Emerson, Flávio Conceição, Anderson Polga, Amoroso e
agora o desempregado Rivaldo.
Os seis estiveram em Guangzhou no ano passado e estão, por
enquanto, fora dos planos de Parreira para o time nacional.
"Mudar peças é uma coisa que
está ocorrendo com calma e tranqüilidade", diz o treinador sobre
as alterações em pequenas doses
que faz no elenco da seleção.
Para fazer a última delas, Parreira contou com a inusitada situação de Rivaldo. O técnico nunca
escondeu seu entusiasmo por Kaká, mas só efetivou o milanista no
time titular depois que Rivaldo
abandonou o Cruzeiro e ficou
sem jogar, condição que o afastou
da seleção. "O Kaká cresceu demais", afirma o treinador sobre o
seu novo preferido no ataque.
Mas o caso mais emblemático
aconteceu com o volante Emerson. Depois de ser cortado por lesão na véspera da estréia brasileira na Copa-02, o jogador da Roma
ganhou status de intocável com o
novo comando da seleção, já que
o coordenador Zagallo o levou,
quando ainda era um novato, para a Copa da França. Ele também
sempre foi elogiado por Parreira.
Mas, sob forte bombardeio de
alguns críticos e torcedores, o volante acabou sacado do time titular e perdeu a paciência. Cansado
de ser apontado como violento e
sem técnica, Emerson pediu dispensa do amistoso contra a Irlanda, mas jogou sem problema algum pela Roma. Com esse ato,
mostrou que não faz mais questão
de ser convocado.
Outro que sempre esteve no coração da dupla Parreira e Zagallo
e não freqüenta mais a lista de
convocados é o atacante Denílson, que tanto na Copa de 1998
quanto na de 2002 era a arma brasileira para o segundo tempo. O
volante Flávio Conceição, que
igualmente sempre foi elogiado
pelo atual comando da seleção,
também está riscado dos planos.
Apesar de ainda manter a base
do time pentacampeão, Parreira
descartou um punhado de atletas
que serviram a Luiz Felipe Scolari
em campos da Coréia do Sul e Japão -entre eles o goleiro Rogério, o zagueiro Anderson Polga e
os atacantes Luizão e Edílson.
Parreira deixa claro que suas alterações não têm caráter provisório. "Minha vivência diz que seleção não é lugar para experiência,
mas para mudanças, o que é bem
diferente."
(PAULO COBOS)
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