São Paulo, domingo, 01 de abril de 2007

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Rogério e Edmundo revivem rivalidade que já dura 13 anos

Protagonistas do clássico tiveram um primeiro encontro marcante em pancadaria generalizada no Brasileiro de 94

Em realidades opostas, atacante vive volta por cima na carreira, enquanto goleiro atravessa seca de gols nas cobranças de falta e pênaltis

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma briga no dia 30 de outubro de 1994. Naquela data começou a história de rivalidade entre os dois principais nomes do clássico desta tarde entre São Paulo e Palmeiras.
Hoje, quando Edmundo e Rogério estiverem frente a frente no gramado do Morumbi, flashes da pancadaria protagonizada naquele Brasileiro reacenderão a velha disputa.
Para quem não lembra -apele para o YouTube que você acha-, o jogo em questão valia pela segunda fase do campeonato. Após um empate em 2 a 2, o duelo terminou em confusão generalizada, com seis expulsões -incluindo a de Edmundo, autor dos gols alviverdes.
Depois de agredir Juninho e André Luis, Edmundo foi separado do tumulto e caminhava em direção ao vestiário quando o então jovem Rogério, com 21 anos e na reserva de Zetti, levantou-se e acertou um pontapé no traseiro do adversário.
Recordado do episódio, o atacante desconversou. "Lembro que fiz dois gols nesse jogo. Disso eu lembro bem", afirmou o atleta na sexta-feira, enquanto autografava camisas comemorativas aos 200 jogos pelo Palmeiras na loja oficial do clube.
Já Rogério, indagado por meio de sua assessoria sobre o assunto, não se manifestou.
As trajetórias dos protagonistas do clássico mudaram bastante desde o episódio.
O ""bad boy" Edmundo, então astro em ascensão da geração mais vitoriosa do Palmeiras no começo de anos 90, caiu no ostracismo e agora, aos 36 anos, experimenta uma espécie de volta por cima na carreira.
Além de dividir com o chileno Valdivia as atenções no elenco atual, é um dos artilheiros do Estadual com dez gols, ao lado de Somália (São Caetano) e Finazzi (Ponte Preta).
Já Rogério, um desconhecido na sombra do ídolo Zetti, transformou-se em um dos maiores ídolos da história do clube.
Ganhou títulos, fama de bom moço e, de quebra, mostrou à torcida habilidade até então inédita aos brasileiros para alguém que atua na sua posição: fazer gols. Foram 69 no total, sendo 44 de falta e 25 em cobranças de pênaltis.
Curiosamente, Rogério experimenta um dos piores momentos em relação aos seus dotes de artilheiro. Além de ainda não ter balançado as redes neste ano com cobranças de falta, o goleiro tem seu pior início de temporada na marca da cal.
Foram três pênaltis batidos e dois perdidos, o último na derrota de virada por 2 a 1 para o Necaxa pela Libertadores. Um aproveitamento de apenas 33,3% nesta temporada.
Tanta história em jogo, porém, resume-se a só três confrontos diretos entre os dois com suas camisas atuais. Um pelo Ramón de Carranza de 1993, na vitória palmeirense por 2 a 1, e outros dois nas oitavas-de-final da Libertadores do ano passado. Empate em um gol no primeiro duelo e triunfo tricolor por 2 a 1 na volta.
Em 2006, aliás, Edmundo soltou comentários ácidos contra Rogério. Afirmou que o goleiro era comum e só se destacava por faltas e pênaltis. Para o duelo de hoje, ele adotou postura mais contida. "Não tenho nada para falar sobre ele", disse.
E nem precisa. Até porque sabe o que está em jogo no clássico de logo mais.
Com 31 pontos -a seis dos São Paulo-, o Palmeiras segue na terceira colocação e luta para classificar-se às semifinais. ""O São Paulo tem sido uma pedra enorme para nós."
Além disso, se ambas as equipes encerrarem a fase de classificação nas posições que ocupam atualmente, jogarão mais duas vezes para decidir quem irá à finalíssima do Paulista.
"Será uma dificuldade enorme que precisaremos passar por cima", decretou Edmundo.


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