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Rogério e Edmundo revivem rivalidade que já dura 13 anos
Protagonistas do clássico tiveram um primeiro encontro
marcante em pancadaria generalizada no Brasileiro de 94
Em realidades opostas,
atacante vive volta por cima
na carreira, enquanto goleiro
atravessa seca de gols nas
cobranças de falta e pênaltis
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma briga no dia 30 de outubro de 1994. Naquela data começou a história de rivalidade
entre os dois principais nomes
do clássico desta tarde entre
São Paulo e Palmeiras.
Hoje, quando Edmundo e
Rogério estiverem frente a
frente no gramado do Morumbi, flashes da pancadaria protagonizada naquele Brasileiro
reacenderão a velha disputa.
Para quem não lembra -apele para o YouTube que você
acha-, o jogo em questão valia
pela segunda fase do campeonato. Após um empate em 2 a 2,
o duelo terminou em confusão
generalizada, com seis expulsões -incluindo a de Edmundo, autor dos gols alviverdes.
Depois de agredir Juninho e
André Luis, Edmundo foi separado do tumulto e caminhava
em direção ao vestiário quando
o então jovem Rogério, com 21
anos e na reserva de Zetti, levantou-se e acertou um pontapé no traseiro do adversário.
Recordado do episódio, o atacante desconversou. "Lembro
que fiz dois gols nesse jogo. Disso eu lembro bem", afirmou o
atleta na sexta-feira, enquanto
autografava camisas comemorativas aos 200 jogos pelo Palmeiras na loja oficial do clube.
Já Rogério, indagado por
meio de sua assessoria sobre o
assunto, não se manifestou.
As trajetórias dos protagonistas do clássico mudaram
bastante desde o episódio.
O ""bad boy" Edmundo, então
astro em ascensão da geração
mais vitoriosa do Palmeiras no
começo de anos 90, caiu no ostracismo e agora, aos 36 anos,
experimenta uma espécie de
volta por cima na carreira.
Além de dividir com o chileno Valdivia as atenções no
elenco atual, é um dos artilheiros do Estadual com dez gols,
ao lado de Somália (São Caetano) e Finazzi (Ponte Preta).
Já Rogério, um desconhecido
na sombra do ídolo Zetti, transformou-se em um dos maiores
ídolos da história do clube.
Ganhou títulos, fama de bom
moço e, de quebra, mostrou à
torcida habilidade até então
inédita aos brasileiros para alguém que atua na sua posição:
fazer gols. Foram 69 no total,
sendo 44 de falta e 25 em cobranças de pênaltis.
Curiosamente, Rogério experimenta um dos piores momentos em relação aos seus dotes de artilheiro. Além de ainda
não ter balançado as redes neste ano com cobranças de falta, o
goleiro tem seu pior início de
temporada na marca da cal.
Foram três pênaltis batidos e
dois perdidos, o último na derrota de virada por 2 a 1 para o
Necaxa pela Libertadores. Um
aproveitamento de apenas
33,3% nesta temporada.
Tanta história em jogo, porém, resume-se a só três confrontos diretos entre os dois
com suas camisas atuais. Um
pelo Ramón de Carranza de
1993, na vitória palmeirense
por 2 a 1, e outros dois nas oitavas-de-final da Libertadores do
ano passado. Empate em um
gol no primeiro duelo e triunfo
tricolor por 2 a 1 na volta.
Em 2006, aliás, Edmundo
soltou comentários ácidos contra Rogério. Afirmou que o goleiro era comum e só se destacava por faltas e pênaltis. Para o
duelo de hoje, ele adotou postura mais contida. "Não tenho nada para falar sobre ele", disse.
E nem precisa. Até porque
sabe o que está em jogo no clássico de logo mais.
Com 31 pontos -a seis dos
São Paulo-, o Palmeiras segue
na terceira colocação e luta para classificar-se às semifinais.
""O São Paulo tem sido uma pedra enorme para nós."
Além disso, se ambas as equipes encerrarem a fase de classificação nas posições que ocupam atualmente, jogarão mais
duas vezes para decidir quem
irá à finalíssima do Paulista.
"Será uma dificuldade enorme que precisaremos passar
por cima", decretou Edmundo.
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