São Paulo, domingo, 01 de abril de 2007

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[+]entrevista

Importado, cubano elogia o ambiente

DO ENVIADO A PORTO ALEGRE

Para um remador da seleção, passar tanto tempo em concentração não é novidade. Ele é Alexis Mestre, 37, cubano naturalizado brasileiro, dono de seis medalhas (quatro de ouro) em Pans. Veterano de Indianápolis-87, Havana-91 e Mar del Plata-95, foi obrigado a ficar três anos fora das provas. (LF)

 

FOLHA - Como passou a defender o Brasil?
ALEXIS MESTRE
- Tenho um filho brasileiro de cinco anos e consegui a naturalização. Por causa disso, passei três anos (de 2000 a 2003) sem competir em eventos de remo, impedido pelo contrato que tinha com os cubanos. Nesse período, fiz corridas de aventura, que conheci no Brasil e virou meu segundo esporte. Já disputei até provas de 42 horas.

FOLHA - A estrutura de treino aqui parece a de Cuba?
ALEXIS
- Não tem diferença com a da elite de lá. Treinamos com barcos de primeiro mundo aqui.

FOLHA - E o confinamento?
ALEXIS
- Lá é o ano inteiro na concentração. Aqui são quatro, cinco meses. Comecei a remar com 12 anos, em uma escola interna em Cuba. Ia para casa só nos finais de semana. Nos outros dias, já vivia em regime de concentração e treinamentos. Essa experiência que acumulei em Cuba me ajuda muito na concentração aqui e é refletida também para os companheiros, que me consultam sempre sobre esse processo, que eu acho fundamental para buscar um resultado internacional expressivo.

FOLHA - E os ambientes?
ALEXIS
- Aqui é mais descontraído. Lá os atletas são mais fechados. No Brasil, divido o quarto com meus rivais da seletiva e sou amigo deles. Lá é tudo mais competitivo. Tem os times A, B e C, e até a comida de cada um é diferente.


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