Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
[+]entrevista
Importado, cubano elogia o ambiente
DO ENVIADO A PORTO ALEGRE
Para um remador da seleção, passar tanto tempo
em concentração não é
novidade. Ele é Alexis
Mestre, 37, cubano naturalizado brasileiro, dono
de seis medalhas (quatro
de ouro) em Pans. Veterano de Indianápolis-87, Havana-91 e Mar del Plata-95, foi obrigado a ficar três
anos fora das provas.
(LF)
FOLHA - Como passou a defender o Brasil?
ALEXIS MESTRE - Tenho um
filho brasileiro de cinco
anos e consegui a naturalização. Por causa disso,
passei três anos (de 2000 a
2003) sem competir em
eventos de remo, impedido pelo contrato que tinha
com os cubanos. Nesse período, fiz corridas de aventura, que conheci no Brasil
e virou meu segundo esporte. Já disputei até provas de 42 horas.
FOLHA - A estrutura de treino
aqui parece a de Cuba?
ALEXIS - Não tem diferença com a da elite de lá.
Treinamos com barcos de
primeiro mundo aqui.
FOLHA - E o confinamento?
ALEXIS - Lá é o ano inteiro
na concentração. Aqui são
quatro, cinco meses. Comecei a remar com 12
anos, em uma escola interna em Cuba. Ia para casa
só nos finais de semana.
Nos outros dias, já vivia
em regime de concentração e treinamentos. Essa
experiência que acumulei
em Cuba me ajuda muito
na concentração aqui e é
refletida também para os
companheiros, que me
consultam sempre sobre
esse processo, que eu acho
fundamental para buscar
um resultado internacional expressivo.
FOLHA - E os ambientes?
ALEXIS - Aqui é mais descontraído. Lá os atletas
são mais fechados. No Brasil, divido o quarto com
meus rivais da seletiva e
sou amigo deles. Lá é tudo
mais competitivo. Tem os
times A, B e C, e até a comida de cada um é diferente.
Texto Anterior: Não competir é tática aceita por comitê Próximo Texto: [+]Memória: Clube nasceu com garotos Índice
|