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Novatas buscam ocupar espaço de estrelas do vôlei
Danielle Lins, substituta de Fernanda Venturini, e Natália, chamada de nova Ana Moser, disputam final da Superliga
Atletas de Rio de Janeiro e
Osasco, até então destaques do juvenil, roubam a cena e aparecem como candidatas a vagas na seleção adulta
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Danielle Lins tinha apenas
quatro anos quando a seleção
começou a ter em quadra Fernanda Venturini, ainda juvenil.
Natália nem havia nascido, e
a atacante Ana Moser já vestia a
camisa verde-amarela.
Hoje, as duas novatas começam a definir a Superliga de vôlei. Agora como candidatas para suceder dois dos maiores nomes do esporte do país.
Danielle, 22, ganhou missão
espinhosa no início da temporada. Teria de ocupar a vaga de
Fernanda no Rio de Janeiro,
comandado por Bernardinho.
Natália, 17, foi levada ao
Osasco pelo técnico Luizomar
de Moura, que a descobriu e a
carregou pelos clubes que dirigiu. Ela desbancou jogadoras
experientes e é a terceira maior
pontuadora da Superliga.
"Quando soube da proposta,
eu tremi. Sabia que a pressão
seria grande, mas não podia
perder essa chance. O Bernardo pega muito no meu pé, mas
eu acho ótimo. O problema vai
ser quando ele desistir", afirma
Danielle, que faz apenas sua segunda Superliga inteira.
A levantadora despontou nas
seleções de base e logo ganhou
espaço no Osasco, clube que
defendia e enfrenta hoje. O primeiro confronto da série melhor de cinco será às 12h30.
Nem bem agarrou as primeiras oportunidades, Danielle viu
a carreira ser interrompida.
Uma arritmia no coração a tirou das quadras há quase três
anos. No início, não podia nem
subir escadas. Ficou deprimida
e perdeu seis quilos. Quando
voltou aos treinos, carregava
um freqüencímetro atado ao
peito e demorou a voltar a fazer
exercícios como antes.
"Hoje nem lembro mais do
que aconteceu. Às vezes faço
umas coisas, e as pessoas dizem: "Olha o coração!". Mas não
me afeto, já deletei o que aconteceu", afirma a pernambucana, líder das estatísticas de levantamento do campeonato.
Ela tem 37,22% de aproveitamento. No ano passado, Fernanda terminou o torneio com
32,06%. Na defesa, Danielle é a
terceira colocada (44,31%).
"Ela está fazendo um ótimo
campeonato, mas tem de jogar
mais porque ainda é a sua segunda Superliga completa.
Tem um grande potencial, e seu
rendimento deve oscilar menos
com os anos", diz Bernardinho.
Natália encara sua primeira
Superliga como titular. Desde
que foi convocada para a seleção catarinense, em 2003, tornou-se nômade. Saiu de seu Estado, passou por Campos, Macaé e agora está no Osasco, vice-campeão em 2006 diante do
mesmo Rio de Janeiro.
"Esse é um dos lados bons do
vôlei, você pode conhecer vários lugares. Estou achando ótimo", afirma ela, que se diverte
com as comparações feitas entre seu estilo e o de Ana Moser.
"Quem dera um dia eu jogue
como ela. Nem esperava que ia
conseguir me destacar agora. E
pensar que, quando comecei a
jogar, eu nem gostava", conta.
Luizomar de Moura acompanha passo a passo a pupila. Segundo ele, as jogadoras mais
experientes têm sido fundamentais para o crescimento da
atacante. Mas não esconde a
preocupação com a estréia da
atacante em decisões.
"Ela [Natália] está à vontade.
Tivemos um bate-papo, e ela se
sente muito bem para as partidas finais", acredita o técnico.
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