São Paulo, domingo, 01 de abril de 2007

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Novatas buscam ocupar espaço de estrelas do vôlei

Danielle Lins, substituta de Fernanda Venturini, e Natália, chamada de nova Ana Moser, disputam final da Superliga

Atletas de Rio de Janeiro e Osasco, até então destaques do juvenil, roubam a cena e aparecem como candidatas a vagas na seleção adulta

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Danielle Lins tinha apenas quatro anos quando a seleção começou a ter em quadra Fernanda Venturini, ainda juvenil.
Natália nem havia nascido, e a atacante Ana Moser já vestia a camisa verde-amarela.
Hoje, as duas novatas começam a definir a Superliga de vôlei. Agora como candidatas para suceder dois dos maiores nomes do esporte do país.
Danielle, 22, ganhou missão espinhosa no início da temporada. Teria de ocupar a vaga de Fernanda no Rio de Janeiro, comandado por Bernardinho.
Natália, 17, foi levada ao Osasco pelo técnico Luizomar de Moura, que a descobriu e a carregou pelos clubes que dirigiu. Ela desbancou jogadoras experientes e é a terceira maior pontuadora da Superliga.
"Quando soube da proposta, eu tremi. Sabia que a pressão seria grande, mas não podia perder essa chance. O Bernardo pega muito no meu pé, mas eu acho ótimo. O problema vai ser quando ele desistir", afirma Danielle, que faz apenas sua segunda Superliga inteira.
A levantadora despontou nas seleções de base e logo ganhou espaço no Osasco, clube que defendia e enfrenta hoje. O primeiro confronto da série melhor de cinco será às 12h30.
Nem bem agarrou as primeiras oportunidades, Danielle viu a carreira ser interrompida. Uma arritmia no coração a tirou das quadras há quase três anos. No início, não podia nem subir escadas. Ficou deprimida e perdeu seis quilos. Quando voltou aos treinos, carregava um freqüencímetro atado ao peito e demorou a voltar a fazer exercícios como antes.
"Hoje nem lembro mais do que aconteceu. Às vezes faço umas coisas, e as pessoas dizem: "Olha o coração!". Mas não me afeto, já deletei o que aconteceu", afirma a pernambucana, líder das estatísticas de levantamento do campeonato.
Ela tem 37,22% de aproveitamento. No ano passado, Fernanda terminou o torneio com 32,06%. Na defesa, Danielle é a terceira colocada (44,31%).
"Ela está fazendo um ótimo campeonato, mas tem de jogar mais porque ainda é a sua segunda Superliga completa. Tem um grande potencial, e seu rendimento deve oscilar menos com os anos", diz Bernardinho.
Natália encara sua primeira Superliga como titular. Desde que foi convocada para a seleção catarinense, em 2003, tornou-se nômade. Saiu de seu Estado, passou por Campos, Macaé e agora está no Osasco, vice-campeão em 2006 diante do mesmo Rio de Janeiro.
"Esse é um dos lados bons do vôlei, você pode conhecer vários lugares. Estou achando ótimo", afirma ela, que se diverte com as comparações feitas entre seu estilo e o de Ana Moser.
"Quem dera um dia eu jogue como ela. Nem esperava que ia conseguir me destacar agora. E pensar que, quando comecei a jogar, eu nem gostava", conta.
Luizomar de Moura acompanha passo a passo a pupila. Segundo ele, as jogadoras mais experientes têm sido fundamentais para o crescimento da atacante. Mas não esconde a preocupação com a estréia da atacante em decisões.
"Ela [Natália] está à vontade. Tivemos um bate-papo, e ela se sente muito bem para as partidas finais", acredita o técnico.


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