Inglaterra, com 4 dos 8 times nas quartas da Copa dos Campeões, mantém só 22 atletas no torneio

Arsenal, Chelsea, Liverpool e Manchester United buscam título continental cada um com menos de 10 atletas nativos em seus elencos

DA REPORTAGEM LOCAL

Os clubes ingleses são maioria nas quartas-de-final da Copa dos Campeões, que começam hoje. Mas isso não quer dizer que a Inglaterra seja o país que mais atletas ainda tem na competição continental.
Liverpool, Chelsea, Arsenal e Manchester United, que hoje abre fora de casa o mata-mata contra a Roma, representam sua nação se baseando em elencos maciçamente constituídos por estrangeiros. Eles formam uma legião de 76 atletas, de um total de 98 jogadores que estão inscritos pelos times ingleses no principal torneio de clubes do continente europeu.
Todos comandados por técnicos estrangeiros, os quatro times da Inglaterra na Copa dos Campeões não chegam a contar com uma dezena de nativos.
O Manchester, dirigido há mais de duas décadas pelo escocês Alex Ferguson, é o que mais ingleses mantém em seu elenco, oito. Ainda assim, em número bem inferior à força de trabalho estrangeira. Na lista de inscritos na Uefa para o torneio continental aparecem 16 não-ingleses, incluindo o principal astro e artilheiro do time no torneio, o atacante português Cristiano Ronaldo.
Mas exemplo extremo de importação de jogadores é mesmo o Arsenal. A equipe do francês Arsène Wenger tem apenas dois ingleses em seu elenco: os jovens reservas Justin Hoyte e Theo Walcott. Junto com 24 estrangeiros eles tentam conquistar pela primeira vez para o clube o troféu mais cobiçado pelas equipes da Europa.
No Liverpool, o técnico espanhol Rafa Benítez tem à sua disposição quase tantos forasteiros como seu rival de amanhã na competição européia. O clube pentacampeão da Copa dos Campeões conta com 19 não-ingleses em seu elenco.
Mas se nenhum deles chega a ameaçar a posição de ídolo maior, de Steve Gerrard, pelo menos nesta temporada em que a equipe começou trôpega e agora está entre os favoritos ao título europeu o capitão do time vermelho tem sido obrigado a dividir parte dos holofotes com o espanhol Fernando Torres, goleador da equipe.
Já no Chelsea, 17 estrangeiros formam elenco completado por seis ingleses e comandado por um israelense, Avram Grant, sucessor do também forasteiro José Mourinho.
Nesta fase da Copa dos Campeões os ingleses não são maioria nem quando comparados com representantes de outros países. Neste quesito, os brasileiros são dominantes: 24 deles estão inscritos nas oito equipes das quartas-de-final do campeonato -cada time tem pelo menos um em seu elenco.
A França, com 18 jogadores, também está presente, apesar de não ter nenhum time classificado para as quartas.
Na contramão da abertura de mercado promovida pelos ingleses em seus clubes está o Fenerbahce. O time turco também utiliza a receita de ter comando (o técnico Zico) e craque (o meia Alex) importados. Mas buscou em casa a base de seu grupo. Conta hoje com 16 jogadores nascidos na Turquia, além de um naturalizado, Mehmet Aurélio.