Time pega Cerro Porteño na Libertadores no Pacaembu com chance de garantir vaga antecipada para o mata-mata

Tranquilidade corintiana no torneio internacional gera contraste com as críticas nascidas das más atuações no Campeonato Paulista

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Por tudo o que significaria uma conquista da Taça Libertadores para o Corinthians em 2010, ano de seu centenário, o clube sempre esperou -e tratou- o torneio como um turbilhão de pressão e de cobranças.
Mas é justamente do competição continental que o time tem extraído seus momentos de maior paz na temporada.
Contra o Cerro Porteño, hoje, no Pacaembu, o Corinthians pode conseguir, com uma vitória, a classificação antecipada para os mata-matas.
Cenário que corrobora o momento corintiano, em que os jogos da competição internacional se tornaram seu porto seguro para aplacar as cobranças por mau desempenho no (relegado a segundo plano) Campeonato Paulista.
No Estadual a campanha claudicante, com o time fora da zona de classificação, faz até o ídolo Ronaldo ser cobrado pela torcida -um cenário que inicialmente só era imaginado para ocorrer em eventuais fracassos na Libertadores.
Já na competição continental, o panorama é o inverso, só com momentos de exaltação ao desempenho da equipe.
De fato, no torneio que reputa como o mais difícil de seu ano, o Corinthians não tem tido sobressaltos. É o líder do Grupo 1 invicto depois de três jogos, dois deles como visitante.
Na única partida em casa, os corintianos venceram de virada, fazendo uma estreia bem ao gosto de sua torcida: na "raça".
Até mesmo o tal clima hostil de Libertadores tem sido evitado pelo Corinthians. Em Bogotá, o clube que tem Roberto Carlos e Ronaldo no elenco virou o centro das atenções do torcedor local, que preferia torcer pelos brasileiros mundialmente famosos a incentivar o Independiente de Medellín.
Já em Assunção, no jogo de ida diante do adversário de hoje, a superioridade técnica que culminou com a primeira vitória como visitante abafou a tentativa dos jogadores do Cerro de infringir clima de guerra à partida. Aliás, o jogo do Paraguai serviu até para Ronaldo quebrar um jejum de cinco duelos sem marcar gols.
Ironicamente, ao invocar o "espírito de Libertadores", os corintianos buscam exemplo no Paulista, na vitória do domingo contra o São Paulo.
"É nesse esquema que estamos jogando a Libertadores e mostrando qualidade. É o mesmo time. Esse jogo foi em ritmo de Libertadores, com muita marcação e muito corrido. A equipe se portou muito bem. Conseguimos a vitória com espírito de Libertadores", disse Danilo, um dos mais aplaudidos pela torcida no clássico.