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VÔLEI
Ponto final
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Foi o ponto final certamente
sonhado por Fernanda Venturini para encerrar sua carreira:
mais um título brasileiro, 12 no
total. A sua despedida encerra
uma era no vôlei feminino do
país: com ela, o pódio passou a ser
algo possível e o Brasil entrou para o grupo da elite mundial.
Aos 35 anos, Fernanda mantém
a mesma postura do início de carreira. Firme, decidida, sem dúvidas. Na última semana, disse que
estava se despedindo sem dramas, que a vida é assim. Agora
tem outros planos: esperar outro
filho, curtir mais a filha, ter uma
vida familiar mais tranqüila.
Desde os 15 anos quando deixou Ribeirão Preto e foi jogar em
São Paulo, Fernanda nunca mostrou inseguranças sobre seu talento. Essa talvez tenha sido a sua
grande qualidade. Possivelmente
maior até que o dom de ler o jogo,
de ter mãos habilidosas e de distribuir com inteligência as bolas.
Com 1,80 m, começou como
atacante. Foi campeã mundial
juvenil em 1987 e disputou a
Olimpíada de Seul, em 1988, nessa posição. Só quando foi para a
Sadia, em 1989, começou a treinar como levantadora. A idéia foi
do então técnico da equipe, o profeta Inaldo Manta.
Desde então, o Brasil, com Fernanda, ganhou três títulos do
Grand Prix, foi vice mundial e
bronze nos Jogos de Atlanta-96.
A grande frustração talvez tenha sido o quarto lugar nos Jogos
de Atenas, em 2004. Sobre isso, ela
é também objetiva. Diz que a seleção teve o que merecia.
Mas, enfim, ontem foi o dia dela
dizer adeus. Quem assistiu à final
entre Rio de Janeiro e Osasco, pôde ver uma bela atuação da levantadora. Fernanda vai deixar
saudade, mas a vida e os jogos
continuam. E o Rio, além de uma
grande levantadora, teve uma
grande atacante: Renatinha.
Esse foi o diferencial nas finais:
as atacantes de força do Rio foram mais eficientes.
O Osasco, que tinha vencido o
quarto jogo com as jogadas rápidas das centrais, virou presa fácil.
Sem boa recepção, concentrou o
jogo nas pontas, e Bia, Mari e Monique tiveram dificuldades para
colocar a bola no chão.
No masculino, o título da Superliga ficou com o Florianópolis.
Que sina a do Minas! Pelo segundo ano seguido, faz a melhor
campanha e perde o título em casa, com o Mineirinho lotado. Faltou equilíbrio emocional ao time
mineiro. No quarto set, a equipe
simplesmente não jogou: perdeu
por 25 a 14.
Foi o primeiro título como técnico de Renan, que foi ousado ao
apostar em jogadores inexperientes. Foi o caso de Bruninho, 19,
que disputou sua primeira Superliga como titular e acabou o torneio como melhor levantador.
Bruninho, filho de Bernardinho
e da ex-jogadora Vera Mossa, que
viu a decisão no ginásio, tem
muita velocidade nas mãos e
uma vontade enorme de jogar.
Outro destaque do Florianópolis é o central Sidão, 23, eleito o
melhor bloqueador da Superliga.
No último jogo da final, ele foi
quase perfeito no ataque: das 16
bolas que bateu, pôs 14 no chão.
Bruninho e Sidão são dois nomes que merecem uma chance na
lista de Bernardinho.
Italiano 1
O Treviso, do central Gustavo, enfrenta hoje o surpreendente Trentino, dos atacantes André Nascimento e André Heller, na quarta partida, da série de cinco, das semifinais do Campeonato Italiano. O Treviso venceu os dois primeiros confrontos e perdeu a chance de já garantir a vaga ao ser derrotado pelo adversário, dirigido por Radamés
Lattari, por 3 a 1, no terceiro jogo.
Italiano 2
O Macerata, do central Rodrigão, precisa de mais uma vitória amanhã contra o Cuneo, de Giba e Anderson, para ir à final. Sábado, no
terceiro jogo das semifinais, o Macerata conseguiu a segunda vitória
ao vencer por 3 a 1. O destaque foi o oposto sérvio Ivan Miljkovic com
30 pontos. Giba, com 10 pontos, e Anderson, com 7, não foram bem.
Email cisadan@uol.com.br
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