São Paulo, segunda-feira, 01 de maio de 2006

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VÔLEI

Ponto final

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Foi o ponto final certamente sonhado por Fernanda Venturini para encerrar sua carreira: mais um título brasileiro, 12 no total. A sua despedida encerra uma era no vôlei feminino do país: com ela, o pódio passou a ser algo possível e o Brasil entrou para o grupo da elite mundial.
Aos 35 anos, Fernanda mantém a mesma postura do início de carreira. Firme, decidida, sem dúvidas. Na última semana, disse que estava se despedindo sem dramas, que a vida é assim. Agora tem outros planos: esperar outro filho, curtir mais a filha, ter uma vida familiar mais tranqüila.
Desde os 15 anos quando deixou Ribeirão Preto e foi jogar em São Paulo, Fernanda nunca mostrou inseguranças sobre seu talento. Essa talvez tenha sido a sua grande qualidade. Possivelmente maior até que o dom de ler o jogo, de ter mãos habilidosas e de distribuir com inteligência as bolas.
Com 1,80 m, começou como atacante. Foi campeã mundial juvenil em 1987 e disputou a Olimpíada de Seul, em 1988, nessa posição. Só quando foi para a Sadia, em 1989, começou a treinar como levantadora. A idéia foi do então técnico da equipe, o profeta Inaldo Manta.
Desde então, o Brasil, com Fernanda, ganhou três títulos do Grand Prix, foi vice mundial e bronze nos Jogos de Atlanta-96.
A grande frustração talvez tenha sido o quarto lugar nos Jogos de Atenas, em 2004. Sobre isso, ela é também objetiva. Diz que a seleção teve o que merecia.
Mas, enfim, ontem foi o dia dela dizer adeus. Quem assistiu à final entre Rio de Janeiro e Osasco, pôde ver uma bela atuação da levantadora. Fernanda vai deixar saudade, mas a vida e os jogos continuam. E o Rio, além de uma grande levantadora, teve uma grande atacante: Renatinha.
Esse foi o diferencial nas finais: as atacantes de força do Rio foram mais eficientes.
O Osasco, que tinha vencido o quarto jogo com as jogadas rápidas das centrais, virou presa fácil. Sem boa recepção, concentrou o jogo nas pontas, e Bia, Mari e Monique tiveram dificuldades para colocar a bola no chão.
No masculino, o título da Superliga ficou com o Florianópolis. Que sina a do Minas! Pelo segundo ano seguido, faz a melhor campanha e perde o título em casa, com o Mineirinho lotado. Faltou equilíbrio emocional ao time mineiro. No quarto set, a equipe simplesmente não jogou: perdeu por 25 a 14.
Foi o primeiro título como técnico de Renan, que foi ousado ao apostar em jogadores inexperientes. Foi o caso de Bruninho, 19, que disputou sua primeira Superliga como titular e acabou o torneio como melhor levantador.
Bruninho, filho de Bernardinho e da ex-jogadora Vera Mossa, que viu a decisão no ginásio, tem muita velocidade nas mãos e uma vontade enorme de jogar.
Outro destaque do Florianópolis é o central Sidão, 23, eleito o melhor bloqueador da Superliga. No último jogo da final, ele foi quase perfeito no ataque: das 16 bolas que bateu, pôs 14 no chão.
Bruninho e Sidão são dois nomes que merecem uma chance na lista de Bernardinho.

Italiano 1
O Treviso, do central Gustavo, enfrenta hoje o surpreendente Trentino, dos atacantes André Nascimento e André Heller, na quarta partida, da série de cinco, das semifinais do Campeonato Italiano. O Treviso venceu os dois primeiros confrontos e perdeu a chance de já garantir a vaga ao ser derrotado pelo adversário, dirigido por Radamés Lattari, por 3 a 1, no terceiro jogo.

Italiano 2
O Macerata, do central Rodrigão, precisa de mais uma vitória amanhã contra o Cuneo, de Giba e Anderson, para ir à final. Sábado, no terceiro jogo das semifinais, o Macerata conseguiu a segunda vitória ao vencer por 3 a 1. O destaque foi o oposto sérvio Ivan Miljkovic com 30 pontos. Giba, com 10 pontos, e Anderson, com 7, não foram bem.

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