São Paulo, segunda-feira, 01 de maio de 2006

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VÔLEI

Sob o comando do marido, Bernardinho, levantadora do Rio de Janeiro conquista seu 12º Nacional ao bater o Osasco

Fernanda Venturini dá adeus com título

Gilvan de Souza/Lancepress
Fernanda beija Bernardinho, seu marido e treinador do Rio de Janeiro, que conquistou a Superliga ao bater o Osasco em Niterói


ITALO NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

A despedida teve o script que mais vezes se repetiu em sua carreira. Fernanda Venturini atuou muito bem, liderou o time, tirou o melhor das atacantes e, pela última vez, venceu um jogo de vôlei.
Sob seu comando em quadra, o Rio de Janeiro arrasou o Osasco ontem, por 3 sets a 0 (25/14, 25/20 e 25/23), fechou a série final em 3 jogos a 2 e conquistou a Superliga, o 12º título nacional da mais importante e mais vitoriosa levantadora da história do país.
"A equipe amadureceu. O grupo deste ano estava bastante unido. Ninguém vence sozinha", disse a atleta, eleita também a melhor do torneio em sua posição.
Após a vitória, Fernanda comemorou com a filha Júlia, 4, ouviu gritos de "Fica Venturini" e ganhou beijos de Bernardinho.
O treinador, que devido a uma lesão no pé acompanhou o confronto em cadeira de rodas perto do bico da quadra, festejava o segundo título em família.
Anteontem, Bruninho, seu filho com Vera Mossa, conquistou a Superliga com o Florianópolis.
"Foi um fim de semana de festa completa. Fizemos uma bela partida, e a Fernanda, com maestria, comandou o espetáculo. Nossa equipe foi a mais consistente da competição e mereceu", disse.
"Antes do jogo, tentei tirar delas um pouco da tensão. Se a gente perdesse, a culpa seria toda minha. Também falei com a Fernanda e deixei claro que a emoção da despedida deveria ficar para depois. Ela é experiente, sabia disso, e deixou a razão tomar conta."
Ontem, o time do Rio de Janeiro fez apresentação quase impecável: aplicado na defesa, com bons saques e grande variação de ataque. Além disso, o Osasco não sacou bem, o que facilitou bastante o trabalho de Fernanda.
"A partir do momento que a gente conseguiu tirar o passe da rede, dificultou que elas jogassem", afirmou a atleta.
O Rio marcou 44 pontos de ataque, contra 33 do rival. O time também bloqueou mais (9 a 4) e fez mais pontos de saque (6 a 3).
A arma mais acionada por Fernanda foi a oposto Renatinha, maior pontuadora da partida, com 20 pontos. Ela foi eleita a melhor jogadora da final e a mais eficiente atacante da Superliga.
"Sabia que não seria fácil, como não foi. Mas hoje era nosso dia, não tinha como tirar isso da gente", comemorou Renatinha.
A jogadora é um dos destaques da nova geração que teve uma melhora de desempenho ao lado de Fernanda. Assim como ela, a meio Fabiana, as pontas Sassá e Jaqueline e a líbero Fabi, do Rio, foram convocadas para a seleção, que se apresenta amanhã. O Osasco cedeu Valeskinha, Mari, Carol Gattaz, Carol e Arlene.
Fernanda parou de defender o Brasil em 2004, após breve retorno. O quarto lugar na Olimpíada de Atenas foi uma das maiores frustrações de sua carreira. A outra havia sido a aposentadoria, depois abortada, com derrota para o Flamengo, na final de 2001.
Com a seleção, a levantadora conquistou o bronze em Atlanta-96 e no Mundial do Brasil-94, sob o comando de Bernardinho.
A despedida de Fernanda, ontem, no Caio Martins, só foi manchada por uma confusão nas arquibancadas entre as duas torcidas. Os seguranças revidaram as provocações dos torcedores do Osasco com socos e pontapés. Um torcedor foi atendido na ambulância presente no ginásio.


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