São Paulo, quinta-feira, 01 de junho de 2000


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FUTEBOL
Clássico entre Corinthians e Palmeiras não consegue mais lotação total
Jogo tem gols e empolga na TV, mas não enche estádio

DA REPORTAGEM LOCAL

Sucesso de audiência na televisão, bons jogos com muitos gols e partidas decisivas.
Mesmo com esses ingredientes, os jogos entre Corinthians e Palmeiras não conseguem encher um estádio há muito tempo.
A prova maior apareceu anteontem, quando cerca de 35 mil torcedores foram ao estádio do Morumbi para assistir ao "jogo do século" entre os times, na primeira disputa de uma semifinal de Libertadores que reuniu Corinthians e Palmeiras.
Quase metade do estádio são-paulino, que pode abrigar hoje 60 mil pessoas, ficou vazia, principalmente nos setores destinados à torcida palmeirense.
Mas a falta de público no clássico paulista mais tradicional não foi uma exclusividade da partida de anteontem.
No jogo decisivo das quartas-de-final da Libertadores-99, os dois times também não conseguiram encher o Morumbi -mesmo sem chuva, o estádio abrigou pouco mais de 42 mil torcedores.
Pouco tempo depois, na final do Campeonato Paulista-99, mais uma decepção, quando cerca de 30 mil pessoas assistiram ao segundo jogo da decisão que deu o título ao Corinthians.
Para a Polícia Militar, responsável pela segurança nos estádios de São Paulo, os torcedores, principalmente no caso dos palmeirenses, estão desaparecendo das arquibancadas em clássicos.
"O palmeirense evita jogos no Morumbi e as partidas contra o Corinthians com medo dos confrontos de torcidas", disse, anteontem, o major Marcos Marinho, que chefia o policiamento nos estádios.
As palavras do policial se confirmam quando verificados o público de outros jogos envolvendo os dois times.
Nas quartas-de-final da Taça Libertadores-2000, contra o Atlético-MG, também em uma terça-feira, como no clássico contra o Palmeiras, o Corinthians conseguiu levar mais de 56 mil torcedores ao Morumbi.
Para o Palmeiras, em jogos do torneio sul-americano, a situação é a mesma. Contra o Peñarol, nas oitavas-de-final, e contra o Atlas, nas quartas-de-final, o Parque Antarctica, que comporta cerca de 30 mil torcedores, estava lotado. Anteontem, contra o Corinthians, menos de 10 mil palmeirenses foram ao Morumbi.
Se em jogos decisivos o público nos jogos entre Corinthians e Palmeiras já decepciona, nos encontros sem importância a situação é ainda mais crítica.
No Torneio Rio-São Paulo-2000, os dois jogos entre os times, somados, não levaram mais de 10 mil torcedores aos estádios.

Chuva de gols
A fuga de corintianos e palmeirenses do estádio acontece mesmo com o alto nível dos jogos entre os times.
Contrariando a tendência do futebol brasileiro na temporada 2000, de queda no número de gols, os dois times batem recordes em seus jogos -nos cinco jogos da temporada, a média ficou em 4,80 por encontro.
Em outros clássicos, essa média é bem menor.
Nos últimos cinco encontros entre Corinthians e São Paulo, a média de gols não passou de 2,80 por jogo. Nas partidas entre Palmeiras e Santos, o retrospecto recente é ainda pior -média de dois gols em cada um dos últimos cinco jogos entre os times.


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