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São Paulo, domingo, 01 de junho de 2003

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FUTEBOL

E o jogo da temporada na Europa é...

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ataque do Milan é o pior da história? Não, mas é o segundo pior entre todos os vencedores da Copa dos Campeões.
Contando a fase eliminatória, em que o Milan suou para superar o Slovan Liberec, foram 23 gols em 19 partidas, o que dá a ridícula média de 1,2 gol por jogo -até a rodada deste fim de semana do Brasileiro, só cinco times tinham média inferior a essa.
Apenas o PSV, em 1988, conseguiu ser campeão europeu com um desempenho ofensivo pior que o do Milan. O clube holandês, também vencedor após um 0 a 0, ficou com a taça marcando em média um gol por partida.
Precisava ser desse jeito? Não.
Desde o começo da temporada a defesa do Milan era apontada por alguns críticos como a melhor do planeta. Carlo Ancelotti, que foi emérito marcador, apostou nesse setor para triunfar. Na segunda fase da Copa dos Campeões, quatro vitórias por 1 a 0 levaram a equipe ao mata-mata.
Nos playoffs, uma vitória em cinco jogos (com um gol nos acréscimos, no desespero). Foi sofrimento o tempo todo, mesmo com Shevchenko, Rivaldo, Redondo, Serginho, Rui Costa, Seedorf, Inzaghi, Tomasson...
A sorte ajudou no caminho até a disputa de pênaltis que consagrou Dida (acredite, ele também diz que pênalti é loteria). O naufrágio do Bayern, o gol "fora de casa" contra a Inter no San Siro, a ausência de Nedved na final...
Na decisão, Ancelotti tinha bem mais que Rivaldo como opção. Saiu, como era esperado, com o zagueiro Costacurta na lateral direita. Depois, tirou o veterano para colocar outro zagueiro, Roque Júnior, na posição. Se sacou Pirlo para escalar Serginho (apelidado de "Concorde" pela velocidade), tirou Rui Costa para pôr Ambrosini. Terminou com dez em campo, pois o lesionado Roque Júnior apenas fez número em campo. Celebrou a decisão nos pênaltis e acabou ganhando na volta à Itália o carimbo de treinador de fato.
Marcelo Lippi foi quase tão cauteloso (ou covarde, segundo leitores que curtem o calcio e que me escreveram) quanto Ancelotti. O esquema dos finalistas é idêntico. Davids teve que deixar o campo, e o atacante Zalayeta foi chamado. Porém Camoranesi, homem de ligação que substituiu Nedved, deu lugar a Conte, jogador que, apesar de atuar desde a temporada 85/86 no Italiano, fez só 28 gols.
O jogo do ano na Europa agradou quase só aos italianos (o site da "Gazzetta dello Sport" disse que foi um "derby entusiasmante"). Os ingleses, anfitriões da festa, elegeram então as dez melhores partidas da temporada 02/03.
Na ordem, da décima à segunda: Ucrânia 2x2 Espanha (eliminatórias da Euro), Forfar 2x2 Queen's Park (Copa da Escócia), Celtic 3x3 Rangers (Escocês), Milan 3x3 Atalanta (Italiano), Everton 2x1 Arsenal (Inglês), locais iraquianos 9x3 Royal Marines (amistoso na Guerra do Iraque), Burnley 4x7 Watford (1ª divisão inglesa), Santos 3x2 Corinthians (Brasileiro) e Real Madrid 6x5 Manchester United (placar agregado na Copa dos Campeões).
O melhor jogo? Um vexame italiano no Reino Unido: Gales 2x1 Itália (eliminatórias da Euro).

Vila são-paulina e Morumbi santista
Hoje, os bicampeões mundiais do país fazem jogo histórico na Vila Belmiro. Segundo o estatístico Francisco Mendes Fernandes, será a 1.800ª partida na casa do time de Pelé, que será alijada das finais da Libertadores. Há um mito de que o São Paulo é o time que mais enfrenta o Santos na Vila. Verdade. Hoje, será a 83ª vez que os são-paulinos pegam os santistas no "alçapão". O Palmeiras encarou o Santos 82 vezes lá, e o Corinthians, 79, mesmo sendo os dois bem mais velhos que o São Paulo. Há outro mito de que o São Paulo é o grande da capital que mais se dá bem na Vila. Mentira. O Palmeiras ganhou 37 jogos do Santos lá e perdeu 33. O Corinthians venceu 29 partidas e foi batido em 33 oportunidades. O São Paulo teve 26 vitórias e 37 derrotas. O são-paulino Morumbi será a casa santista agora na Libertadores. E o Santos perdeu os três jogos que fez nesse estádio pelo torneio.

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