Técnico do time alvinegro pega ex-clube e admite que equipe tem problemas

Paulistas, que jogam sem vários titulares e estão perto da zona de rebaixamento, vão enfrentar pela 1ª vez o treinador Antônio Lopes

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Bastaram três jogos para o técnico Geninho descobrir que o Corinthians não é o conto de fadas que pensava ser. É dessa maneira que ele revê hoje o Goiás, clube que dirigia sem pressões e que parece o paraíso se comparado ao ambiente atual do Parque São Jorge. O confronto ocorre às 20h30, no Morumbi, e é o penúltimo do time antes do recesso para a Copa do Mundo da Alemanha.
Após duas semanas de trabalho, o corintiano acumula problemas que, ele mesmo sabe, estão longe de uma solução.
E justamente ele, que chegou a pensar que sua equipe estava pronta e precisava apenas de alguns ajustes. Ontem, admitiu o erro de avaliação:
"Ainda acredito que temos um dos melhores elencos do Brasileiro, mas a equipe tem deficiências que precisam ser cobertas", afirma o treinador.
A principal delas é o setor defensivo, o calcanhar-de-aquiles do time desde a chegada da MSI, no ano passado.
Geninho, que chegou dizendo que ia arrumar a "cozinha", levou cinco gols em três jogos. Mudou o esquema tático, pôs três zagueiros. Não adiantou.
Para agravar a situação, não conta com boa parte das estrelas da companhia. Tevez, Mascherano e Ricardinho jogarão a Copa, Carlos Alberto e Gustavo Nery estão contundidos.
Dessa forma, com o time esfacelado, Geninho comandou suas três primeiras partidas. O resultado não foi dos melhores -uma vitória e duas derrotas.
É o segundo pior início de Brasileiro do treinador, que só foi pior em 2004, no Vasco. Em seus três primeiros jogos, empatou um e perdeu dois.
Com problemas para escalar a equipe principal, Geninho pede, desesperadamente, reforços para a parceira MSI. Kia Joorabchian prometeu um zagueiro a ele. Mas o atacante, outro desejo do técnico, vai depender de uma eventual saída de Tevez, por exemplo.
Não é só Geninho que vai rever o ex-clube. O mesmo ocorre com Antônio Lopes, campeão brasileiro pelo Corinthians em 2005, agora treinador do Goiás e que sofreu boicote de parte do elenco do clube paulista.
"Acho que nessa nós dois conhecemos os clubes. Mas o Goiás está jogando da mesma maneira que eu deixei, e o Corinthians mudou muito", analisa Geninho.
"No conjunto, cada treinador tem sua forma de armar o time", diz Lopes, que fará mudanças nos três setores.
Ele, porém, leva vantagem na tabela. Sua equipe tem 14 pontos, contra 9 do adversário.