São Paulo, segunda-feira, 01 de junho de 2009

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Principal desafio é aeroporto, diz estudo

Para sindicato, cidades ainda não têm condições de atender demanda aérea

Publicação aponta para o fato de que 7 estádios vão precisar superar problemas locais para se viabilizarem economicamente para Copa

MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um estudo realizado pelo Sinaenco (Sindicato da Arquitetura e da Engenharia) aponta os principais desafios que devem ser encarados pelas 12 cidades-sedes da Copa até 2014.
A publicação, cujo título é "Vitrine ou Vidraça, desafios do Brasil para a Copa de 2014" destaca um problema em comum entre quase todas as capitais que abrigarão o Mundial: a falta de capacidade suficiente de seus aeroportos para atender a alta demanda turística que terá o evento.
Segundo dados da Infraero incluídos no estudo, o setor prevê receber cerca de R$ 6,2 bilhões de reais entre 2009 e 2012 para compensar esse déficit de capacidade. Esse valor é quase três vezes superior ao aplicado entre 2005 a 2008.
Além do problema dos aeroportos, as cidades terão desafios específicos para superar.
Em São Paulo, por exemplo, a pesquisa aponta a mobilidade urbana como desafio central para 2014. A cidade deveria aplicar "investimentos significativos em transporte público e na redução dos congestionamentos" para receber a Copa.
Já para o Rio, o principal entrave é a segurança pública, devido "à violência urbana e à visível desigualdade de renda."
Em Belo Horizonte, o principal desafio para a Copa, de acordo com o estudo, é a ampliação da rede hoteleira.
Para Porto Alegre, a meta é melhorar a infraestrutura urbana, com foco nos projetos relacionados ao metrô e à urbanização da orla do rio Guaíba.
Para a outra sede do Sul, Curitiba, o estudo recomenda que a capital do Paraná aproveite a Copa para se firmar como destino de turismo de negócios.
Já Brasília, Cuiabá, Fortaleza, Recife, Natal, Manaus e Salvador, segundo a pesquisa, têm de encontrar formas de viabilizar economicamente seus estádios. Deste modo, poderiam encontrar parceiros privados e evitar a transferência de recursos que poderiam ser destinados à infraestrutura.
Para evitar o legado de sete elefantes brancos, o Sinaenco aponta diferentes soluções.
No caso de Brasília, que hoje conta só com um time na Série B e um na C, a meta da cidade seria adaptar a arena, orçada em R$ 520 milhões, para receber shows e grandes eventos.
Já Fortaleza deveria melhorar o entorno do Castelão para valorizar seu estádio.
Para Recife, que atualmente conta com dois times na Série A (Sport e Náutico), a pesquisa indica que a melhor forma de viabilizar o novo estádio seria convencer os clubes a compartilharem a arena após a Copa.
Para Natal, a única saída seria impulsionar o futebol local para que a cidade volte a lotar o novo estádio, Arena das Dunas.
Com pouca tradição no futebol, Manaus deveria tornar sua arena em um ponto turístico.
Já Salvador deverá incrementar a receita. Apesar de o público baiano em geral lotar a arena, a renda gerada pela venda de ingressos baratos é insuficiente para viabilizar investimentos em seu novo estádio.


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