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Palanque para políticos domina festas da vitória
Até prefeito de Cuiabá ironiza derrota de cidade rival em eventos recheados de discursos e com público irregular
Cartolas dizem que cidades preteridas ontem devem receber outros eventos, como seminários de árbitros e CTs de seleções nacionais
DA AGÊNCIA FOLHA
DO ENVIADO A NASSAU
O anúncio das 12 cidades que
serão sedes da Copa de 2014
transformou comemorações
em palanques políticos e, em ao
menos um caso, serviu para
exaltar antiga disputa regional.
Em Cuiabá (MT), políticos
afirmaram que o governador
Blairo Maggi (PR) era o responsável por a cidade ter sido uma
das escolhidas e, nos discursos,
"alfinetaram" Campo Grande
(MS), adversária na disputa pela vaga de "sede do Pantanal".
"Chupa essa manga, Campo
Grande", dizia uma faixa pendurada no trio elétrico em que
estavam autoridades.
"Mais animação, pessoal, isso
aqui não é Campo Grande,
não", disse o prefeito Wilson
Santos (PSDB), ao pedir uma
salva de palmas aos cerca de
5.000 espectadores da festa.
Blairo declarou que as gestões políticas foram relevantes
para a escolha da Fifa. O prefeito de Campo Grande, Nelson
Trad Filho (PMDB), disse "ter
certeza" de que a decisão não
foi "apenas técnica".
Em Manaus (AM), cerca de
40 mil pessoas acompanharam
o anúncio da Fifa no estádio Vivaldo Lima, o Vivaldão. A festa
custou R$ 750 mil e foi acompanhada por políticos e ex-jogadores da seleção, como Dadá
Maravilha e Bebeto.
À plateia, o governador
Eduardo Braga (PMDB) minimizou o duelo com Belém (PA),
que disputava com Manaus e
Rio Branco (AC) a indicação
para ser a sede amazônica da
competição. "Nunca lutamos
contra ninguém", disse.
Durante a festa em Manaus,
dois paraquedistas do Exército
se chocaram quando iam se
apresentar ao público. Eles sofreram apenas escoriações.
Pouco depois de anunciar as
12 cidades-sedes do Mundial,
nas Bahamas, dirigentes da Fifa
e da CBF se esforçaram para
consolar as preteridas.
Ficaram de fora da lista Goiânia, Belém, Rio Branco, Florianópolis e Campo Grande.
Os cartolas prometeram outros eventos do Mundial para
todas essas cidades, como seminários de árbitros, sorteios e
centros de treinamentos para
as seleções nacionais classificadas para a competição.
"Não podemos ter 17 cidades
fazendo os jogos, mas sim em
outras atividades", afirmou o
presidente da Fifa, Joseph
Blatter. "Todas as cidades vão
ter uma parte no bolo."
Teixeira, que já sofreu ameaça de políticos das cidades dispensadas, também disse que
não havia derrotados na disputa. Afirmou que todos terão ganhos ao se verem envolvidos no
Mundial com eventos.
"Quero convidá-los a apresentar projetos para participar", explicou Teixeira. Outra
possibilidade é a promoção de
grandes festas com telões nas
cidades sem jogos, como as Fan
Fest, realizadas na Copa da Alemanha, com grande sucesso.
"É preciso que os brasileiros
entendam que a Fifa não pode
estar em todos os lugares",
acrescentou o presidente da
entidade, em uma tentativa de
minimizar as críticas.
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