São Paulo, segunda-feira, 01 de junho de 2009

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Palanque para políticos domina festas da vitória

Até prefeito de Cuiabá ironiza derrota de cidade rival em eventos recheados de discursos e com público irregular

Cartolas dizem que cidades preteridas ontem devem receber outros eventos, como seminários de árbitros e CTs de seleções nacionais

DA AGÊNCIA FOLHA
DO ENVIADO A NASSAU

O anúncio das 12 cidades que serão sedes da Copa de 2014 transformou comemorações em palanques políticos e, em ao menos um caso, serviu para exaltar antiga disputa regional.
Em Cuiabá (MT), políticos afirmaram que o governador Blairo Maggi (PR) era o responsável por a cidade ter sido uma das escolhidas e, nos discursos, "alfinetaram" Campo Grande (MS), adversária na disputa pela vaga de "sede do Pantanal".
"Chupa essa manga, Campo Grande", dizia uma faixa pendurada no trio elétrico em que estavam autoridades.
"Mais animação, pessoal, isso aqui não é Campo Grande, não", disse o prefeito Wilson Santos (PSDB), ao pedir uma salva de palmas aos cerca de 5.000 espectadores da festa.
Blairo declarou que as gestões políticas foram relevantes para a escolha da Fifa. O prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PMDB), disse "ter certeza" de que a decisão não foi "apenas técnica".
Em Manaus (AM), cerca de 40 mil pessoas acompanharam o anúncio da Fifa no estádio Vivaldo Lima, o Vivaldão. A festa custou R$ 750 mil e foi acompanhada por políticos e ex-jogadores da seleção, como Dadá Maravilha e Bebeto.
À plateia, o governador Eduardo Braga (PMDB) minimizou o duelo com Belém (PA), que disputava com Manaus e Rio Branco (AC) a indicação para ser a sede amazônica da competição. "Nunca lutamos contra ninguém", disse.
Durante a festa em Manaus, dois paraquedistas do Exército se chocaram quando iam se apresentar ao público. Eles sofreram apenas escoriações.
Pouco depois de anunciar as 12 cidades-sedes do Mundial, nas Bahamas, dirigentes da Fifa e da CBF se esforçaram para consolar as preteridas.
Ficaram de fora da lista Goiânia, Belém, Rio Branco, Florianópolis e Campo Grande.
Os cartolas prometeram outros eventos do Mundial para todas essas cidades, como seminários de árbitros, sorteios e centros de treinamentos para as seleções nacionais classificadas para a competição.
"Não podemos ter 17 cidades fazendo os jogos, mas sim em outras atividades", afirmou o presidente da Fifa, Joseph Blatter. "Todas as cidades vão ter uma parte no bolo."
Teixeira, que já sofreu ameaça de políticos das cidades dispensadas, também disse que não havia derrotados na disputa. Afirmou que todos terão ganhos ao se verem envolvidos no Mundial com eventos.
"Quero convidá-los a apresentar projetos para participar", explicou Teixeira. Outra possibilidade é a promoção de grandes festas com telões nas cidades sem jogos, como as Fan Fest, realizadas na Copa da Alemanha, com grande sucesso.
"É preciso que os brasileiros entendam que a Fifa não pode estar em todos os lugares", acrescentou o presidente da entidade, em uma tentativa de minimizar as críticas.


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