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Fora da Copa, Belém diz que Fifa não é séria
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
O anúncio de que Belém (PA)
não sediaria jogos da Copa do
Mundo de 2014 já era esperado,
mas mesmo assim despertou a
ira das autoridades locais -e
não impediu que ao menos 20
mil pessoas lotassem ontem a
maior praça da cidade para
acompanhar o anúncio da Fifa.
A festa, organizada pelo governo de Ana Júlia Carepa
(PT), atraiu milhares de pessoas desde a manhã, mesmo
com a expectativa de que Manaus (AM) seria escolhida como a sede amazônica.
Confirmada ontem, a derrota
de Belém foi comunicada por
meio dos alto-falantes de um
trio elétrico, mas não gerou
grande comoção na multidão,
que continuou bebendo cerveja
e dançando ao som de uma banda de ritmos regionais.
Já Lúcia Penedo, coordenadora do grupo de trabalho que
gastou R$ 2,5 milhões em projetos e estudos para tentar trazer a Copa para Belém chorou
ao saber do resultado e chamou
a decisão de "deslealdade".
"O sentimento que me assola
é falta de credibilidade da Fifa.
Não é uma entidade séria."
Para Lúcia Penedo, o que definiu a escolha foi o lobby do governador de São Paulo, José
Serra (PSDB), e de grandes empresas, como Sony e Coca-Cola,
que têm sedes em Manaus. Se
forem contados apenas os critérios técnicos, disse ela, Belém
é mais bem preparada.
"O que houve foi um interesse político muito forte", afirmou Lúcia, referindo-se à hipótese -ventilada no noticiário
político local- de que Eduardo
Braga (PMDB), governador do
Amazonas, venha a apoiar uma
possível candidatura de Serra à
presidência, no ano que vem.
Em relação às empresas, afirmou que elas devem patrocinar
o campeonato e que, por isso,
têm grande influência na Fifa.
No final da tarde de ontem, a
reportagem não conseguiu localizar representantes de nenhuma das duas empresas. A
assessoria de Braga negou que
ele tenha sido favorecido pelo
tucano, e disse que o peemedebista é da base aliada do presidente Lula. Já a assessoria de
Serra não ligou de volta, até a
conclusão desta edição.
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