São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2008

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Pequim 2008 / A graça do esporte - Ginástica, ginástica rítmica e trampolim

Insustentável leveza

Equilíbrio e elasticidade acompanham e desafiam ginastas em suas carreiras

FABIO GRIJÓ
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Cada movimento é alcançado numa fração. Erro ou acerto, aquele instante passa rápido. Quase num piscar de olhos.
O tempo curto de apresentação na ginástica artística, na ginástica rítmica e no trampolim acrobático acoberta, de certa maneira, a preparação exaustiva que acompanha, por toda a vida, seus praticantes.
As 24 horas do dia se revelam poucas para os ginastas. Manhã, tarde e, às vezes, noite -ou seja, o dia inteiro- abrangem os treinamentos. Eles seguem uma lógica das modalidades: só com a eterna repetição dos elementos será possível (tentar) chegar à perfeição na hora de competir e buscar medalhas.
Equilíbrio e elasticidade são os pilares dos esportes, que exigem dos atletas uma constante leveza. Não é à toa que seus seguidores têm pouco peso.
"Equilíbrio e elasticidade são fatores trabalhados desde o início da carreira, a partir dos cinco anos de idade", diz Roger Medina, da comissão técnica da seleção de ginástica artística.
"O equilíbrio é um fator particular da idade do ginasta. Dependendo da idade, o atleta vai desenvolver determinados exercícios para melhorar o equilíbrio. O auge do equilíbrio de um atleta é entre os 12 e 13 anos", fala o treinador.
"A elasticidade é um fator nato do atleta, que pode e deve ser aprimorado com os exercícios de alongamento. Mas deve ser algo natural do ginasta. É pré-requisito para começar a treinar na ginástica", diz Medina.
Os movimentos desafiam o corpo dos atletas. Fazem parecer que são produtos elásticos, com piruetas, alongamentos, aberturas de pernas e rodopios que qualquer mortal teria dificuldade de repetir. Ainda mais com o peso de não errar na hora decisiva, a que define o título.
A ginástica é uma das modalidades mais vistas e procuradas em Jogos Olímpicos. A plasticidade chama a atenção dos espectadores.
Também salta aos olhos a constante busca pela perfeição que rodeia os ginastas.
"A ginástica é um esporte de extrema precisão e perfeição de movimentos. Na competição, o ginasta nunca tem segunda chance. Por isso, é necessária a repetição para conquistar essa precisão, para que o ginasta consiga desenvolver os movimentos de maneira quase automática na hora de uma competição", afirma Medina.
"O maior desafio do ginasta é a superação. Para agüentar a rotina intensa de trabalho nos treinamentos, as cobranças desde tão cedo, ainda quando criança, e as lesões que freqüentemente aparecem."


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