São Paulo, quarta-feira, 01 de julho de 2009

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porto alegre, 21h50

Ronaldo tenta preencher lacuna em seu currículo

Atacante busca conquistar hoje primeiro campeonato nacional no próprio país

Corinthians pode até perder para o Internacional por um gol de diferença para faturar sua terceira Copa do Brasil e a vaga na Libertadores-2010


Giuliano Gomes/Folha Imagem
Ronaldo, ontem, durante treino do Corinthians em Curitiba

PAULO GALDIERI
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

Ronaldo é um ídolo internacional, cheio de títulos em sua consagrada carreira. Mas, depois de quase duas décadas colecionando troféus individuais e com as equipes por onde passou, ainda lhe falta a glória em seu país. Buraco que pode ser tapado hoje à noite, no Beira-Rio, em Porto Alegre, com a Copa do Brasil pelo Corinthians.
Holanda, Itália, Espanha. Com exceção do Milan, em todos os clubes em que passou o camisa 9 escreveu seu nome entre os campeões. No Brasil, só conhece o primeiro lugar em torneios estaduais -com o Cruzeiro, em 1994, e com o Corinthians, neste ano.
E, de acordo com o pensamento coletivo da delegação corintiana, a consagração definitiva da equipe que ressurgiu a partir da segunda divisão está apoiada no talento do atacante e em sua indiscutível vocação para fazer gols importantes.
"Não é à toa que ele é o Fenômeno." A frase foi dita ontem por André Santos para qualificar a importância de seu companheiro até mesmo na seleção brasileira -que Ronaldo não frequenta há mais de três anos.
Mas a declaração resume bem o sentimento dos demais atletas a respeito do atacante.
"Ele tem sido importante em todos os jogos do time na Copa do Brasil. Nos que fez gols e nos que não fez também", elogia o técnico Mano Menezes.
A confiança depositada numa grande atuação do Fenômeno e a consequente confirmação do título ganham força ainda maior quando se olha o currículo de Ronaldo. Se há um jogador que pode ser classificado de "copeiro", é ele.
Em toda a sua carreira, Ronaldo, 32, venceu mata-matas. Desde copas nacionais -nos moldes do torneio que hoje ele pretende abocanhar- nos três países onde defendeu grandes clubes até a consagração no Mundial de 2002 com o Brasil.
"Entro sempre como se fosse um jogo qualquer. Não coloco mais pressão. Já há pressão suficiente num clube como o Corinthians. Se nós, jogadores, nos pressionarmos ainda mais, ela se torna insuportável", diz Ronaldo. "Quem está de fora fica mais ansioso. Até por não poder fazer nada para ajudar."
O fato é que, para o atleta, esta Copa do Brasil já entrou para sua história pessoal.
Foi numa partida pela competição mata-mata que ele retornou ao futebol, mais uma vez, depois de mais um ano parado por causa da grave contusão no joelho esquerdo.
Itumbiara, em jogo contra o time local, foi o palco da estreia do Fenômeno pelo Corinthians. E foi na pequena cidade do interior de Goiás, onde só esteve graças à Copa do Brasil, que ele declarou que sua vitória pessoal já fora conquistada.
A ligação de Ronaldo com o torneio pode se tornar mais indissolúvel a partir de hoje, caso ele saia de campo com o título e tenha ajudado o Corinthians a chegar ao seu maior objetivo: a vaga na Libertadores-2010.
Para isso, basta o time não tomar gols, já que até uma vitória por um tento de diferença para o Inter deixa o campeonato nas mãos do alvinegro paulistano.
Um 2 a 0 a favor do mandante leva à disputa de pênaltis. Mas não há no Parque São Jorge quem não aposte numa ajudinha de Ronaldo e na sua vocação para tirar o zero do placar.


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