São Paulo, quinta-feira, 01 de julho de 2010

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XICO SÁ

Sem jogo, um faroeste


Impressionante o número de viciados copeiros se lamentando, perdidos com a ausência de jogos


AMIGO TORCEDOR, amigo secador, em um dia sem Copa, só restou ver um faroeste para não desequilibrar o índice de testosterona acumulado ao longo do torneio. E haja Sergio Leone. A pedida foi "Per Qualche Dollaro in Più", aqui traduzido como "Por uns Dólares a Mais".
Como ninguém é inocente no filme, torci pelo velho Clint Eastwood mesmo, um caçador de recompensas. Subiram os créditos, e lá estava o escriba com os hormônios em dia outra vez. Recomendo, calçado na ciência, para a síndrome de abstinência ludopédica.
Falo sério, amigo: segundo uma pesquisa do psicólogo norte-americano James Dabbs, da Georgia State University, a quantidade de testosterona do macho cresce em até 100% diante de um triunfo da sua equipe. Quando perde, a taxa hormonal desaba, nos pondo a um passo do metrossexualismo.
Era impressionante o número de viciados copeiros se lamentando ontem, perdidos, sem saber o que fazer na ausência de jogos. Homens e mulheres às pencas.
Recompensei a testosterona com a sessão vespertina no velho oeste, mas só completaria o tanque mesmo com os clássicos do Nordestão. Para a noite, a agenda me reservava Bahia x Treze, no canal Esporte Interativo. Certamente bateria, em qualidade, o que fizeram Japão x Paraguai no mais terrível 0 a 0 de todos os tempos.
Coitada da musa da Copa, a nossa Larissa Riquelme, ilustre testemunha desta partida. Isso não se faz com uma fêmea desse porte, queridos guaranis. Ainda mais se levarmos em conta a promessa da modelo. Ela vai tirar a roupa, em uma praça de Assunção, caso os paraguaios cheguem às semifinais da Copa do Mundo.
Se possuía vários motivos para simpatizar com os hermanos -torço pela pátria do meu uísque e não pela pátria em chuteiras-, ganhei mais um adicional para torrar os hormônios. Das promessas de strip, esta é a melhor da temporada -com todo respeito ao desejo apolíneo do Maradona.
Poderia ser melhor ainda se a Rocio Nuñez, diva do portunhol selvagem da tríplice fronteira, musa- -modelo do poeta Douglas Diegues, se apresentasse para o jogo. Que falta faz ao Paraguai o meu amigo Cabañas, ídolo-mor dos secadores de todas as Américas, se é que os flamenguistas me entendem.

xico.folha@uol.com.br


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