São Paulo, quinta-feira, 01 de julho de 2010

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Bairro rico abriga ambulantes zimbabuanos

DAS ENVIADAS A JOHANNESBURGO

Melville é o único bairro rico de Johannesburgo em que há vida fora de shoppings, onde as pessoas andam a pé e os restaurantes, lojas e livrarias são abertos para a rua. É lá também que se vê algo raro, pelo menos nos dias de Copa: ambulantes nas calçadas e andando nas ruas.
São zimbabuanos que migram para a África do Sul em busca de trabalho, dinheiro e alguma condição de vida. Vendem artesanatos feitos por eles próprios e produtos chineses na mais animada rua do bairro, a 7ª, que reúne estudantes das duas principais universidades, perto dali, casais multirraciais ainda tão raros no país e turistas.
Na calçada, em frente ao pequeno mercado, os irmãos Samuel e Sailas Muzumbi estendem um tecido e expõem os vários animais e objetos feitos de arame e contas.
Samuel foi o primeiro a deixar o Zimbábue. Está na África do Sul há três anos. Sailas chegou há cerca de um ano, para trabalhar com o irmão. De vez em quando, retornam ao país para levar dinheiro para a família. Contam que a situação lá está muito ruim.
Dorcas Shibvuma, 38 anos, dois filhos, não mora na África do Sul. Mas passa dias ou semanas e depois volta para o Zimbábue. A viagem é cara. Anda pelas ruas do bairro da moda da principal cidade da Copa com bonecas feitas de palha de milho nas mãos e uma toalha de mesa sobre o ombro.
Com 2,5 m por 1,5 m e bordada com delicadas e coloridas figuras que representam vários lados da vida africana, a toalha que lhe custou dois meses de trabalho pode render 350 rands, cerca de R$ 80. (LC E PCC)

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