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Bairro rico abriga ambulantes zimbabuanos
DAS ENVIADAS A JOHANNESBURGO
Melville é o único bairro rico de Johannesburgo em que
há vida fora de shoppings,
onde as pessoas andam a pé
e os restaurantes, lojas e livrarias são abertos para a
rua. É lá também que se vê algo raro, pelo menos nos dias
de Copa: ambulantes nas calçadas e andando nas ruas.
São zimbabuanos que migram para a África do Sul em
busca de trabalho, dinheiro e
alguma condição de vida.
Vendem artesanatos feitos
por eles próprios e produtos
chineses na mais animada
rua do bairro, a 7ª, que reúne
estudantes das duas principais universidades, perto dali, casais multirraciais ainda
tão raros no país e turistas.
Na calçada, em frente ao
pequeno mercado, os irmãos
Samuel e Sailas Muzumbi estendem um tecido e expõem
os vários animais e objetos
feitos de arame e contas.
Samuel foi o primeiro a
deixar o Zimbábue. Está na
África do Sul há três anos.
Sailas chegou há cerca de um
ano, para trabalhar com o irmão. De vez em quando, retornam ao país para levar dinheiro para a família. Contam que a situação lá está
muito ruim.
Dorcas Shibvuma, 38
anos, dois filhos, não mora
na África do Sul. Mas passa
dias ou semanas e depois
volta para o Zimbábue. A viagem é cara. Anda pelas ruas
do bairro da moda da principal cidade da Copa com bonecas feitas de palha de milho nas mãos e uma toalha de
mesa sobre o ombro.
Com 2,5 m por 1,5 m e bordada com delicadas e coloridas figuras que representam
vários lados da vida africana,
a toalha que lhe custou dois
meses de trabalho pode render 350 rands, cerca de
R$ 80.
(LC E PCC)
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