São Paulo, sexta-feira, 01 de julho de 2011

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Seleção se refugia antes da estreia

COPA AMÉRICA
Para se proteger da torcida argentina, equipe se isolará em hotel da capital


MARTÍN FERNANDEZ
SÉRGIO RANGEL

ENVIADOS ESPECIAIS A LOS CARDALES

Às vésperas da estreia na Copa América, a seleção brasileira foge de La Plata para evitar possíveis provocações dos torcedores argentinos.
O estádio Ciudad de La Plata vai abrigar o jogo contra a Venezuela, no domingo, às 16h, pelo Grupo B.
Ontem, o técnico Mano Menezes decidiu que o time dormirá a noite anterior à partida em Buenos Aires e só seguirá para La Plata quatro horas antes da partida.
Para evitar contato com os torcedores locais, o Brasil não fará nem reconhecimento do gramado amanhã.
Habitualmente, os times fazem na véspera um treino no local da partida. O estádio Ciudad de La Plata fica a 62 quilômetros do hotel onde a seleção vai se proteger, na capital Buenos Aires.
A comissão técnica avaliou que a concentração da seleção em La Plata poderia ser alvo de manifestações de torcedores, como foguetórios na porta do hotel, por exemplo, na noite de sábado.
Já na capital da Argentina, cidade que ainda não vive o clima da Copa América -vai abrigar apenas a final, em 24 de julho-, a delegação ficará protegida, em hotel luxuoso.
"Em todo lugar a seleção é recebida com festa no aeroporto. Aqui não vamos ser ovacionados", disse o goleiro Júlio César, que será titular na Copa América. "Mas temos que nos acostumar, faz parte da rivalidade."
Esse tipo de inconveniente é comum quando times estrangeiros disputam partidas oficiais em solo argentino.
Na noite anterior ao jogo em que rebaixaria o River Plate, até o argentino Belgrano, de Córdoba, teve problemas em seu hotel.
Hóspedes soltaram uma bomba de gás num corredor, o que disparou o alarme de incêndio e obrigou jogadores e comissão técnica a saírem do hotel às 2h30 da manhã.
Há dez dias na Argentina, a seleção escolheu se isolar num hotel localizado cerca de 70 km de distância da capital. Nem torcedores brasileiros conseguiram entrar na concentração do time.
A atitude defensiva do Brasil com os argentinos contrasta com a paz interna na seleção. O clima é o oposto daquele que se via na era Dunga (2006-2010).
O técnico Mano Menezes circula tranquilamente pelos corredores do hotel que serve de concentração. Conversa informalmente com outros hóspedes e com os jornalistas com quem ele eventualmente cruza no local.
O acesso aos membros da comissão técnica é irrestrito. Até agora, Mano comandou um treino secreto, no qual ensaiou posicionamento em jogadas de bola parada.


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