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FUTEBOL
Presidente interino da entidade pede ajuda a cartolas para derrubar liberdade dos atletas no Estatuto do Desporto
CBF começa ofensiva pela volta do passe
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A CBF deu início ontem à ofensiva pela volta do passe ao futebol.
O presidente interino da entidade, Nabi Abi Chedid, pediu a cerca de cem dirigentes de clubes e ligas do Estado do Rio para ficarem
atentos em relação à aprovação
do Estatuto do Desporto, que está
sendo elaborado atualmente no
Congresso Nacional.
O Estatuto do Desporto é um
projeto de lei que vai unificar a legislação do setor e deve ter poderes para garantir a volta do passe
ao futebol.
"Hoje, está em vigor uma lei que
tirou dos clubes o direito pelo
passe dos atletas. A partir daí, os
clubes, que formam os atletas, estão perdendo seus jogadores na
Justiça. Temos que nos unir para
derrubar o fim do passe livre no
Estatuto do Desporto", disse Chedid em discurso após a reeleição
do presidente da Federação de
Futebol do Estado do Rio, Eduardo Viana, para mais quatro anos
de mandato.
O passe foi extinto no futebol
em março de 2001 e colocou fim a
um poder de quase 60 anos dos
clubes sobre os jogadores profissionais no país.
A Lei Pelé, que está em vigor, extingue o passe, instrumento pelo
qual os clubes tinham direito de
negociar os jogadores como entendessem mesmo depois do fim
do contrato de trabalho.
Com o início da discussão no
Congresso Nacional sobre o Estatuto do Desporto, CBF, clubes e
federações pretendem reescrever
o artigo da Lei Pelé, que extinguiu
o passe.
No discurso, Chedid, que já foi
dirigente do Bragantino e comandou a Federação Paulista, disse
aos cartolas do Rio que, com o fim
do passe, aumentou o prejuízo
para os clubes de futebol.
Ele também disse que vários
clubes brasileiros estão deixando
de "formar atletas" por causa da
atual legislação.
Segundo o dirigente, apenas "os
empresários de atletas" ganharam com o fim do passe.
Depois do discurso no salão
principal da Ferj, Chedid disse
que os grandes clubes e a CBF já
estão participando da discussão
do Estatuto do Desporto, em Brasília. Ele apontou o fim do passe
livre como o principal objetivo do
futebol no Congresso Nacional.
Em Brasília, a previsão é de que
o Estatuto do Desporto seja votado até o final do ano.
O presidente da Ferj também
apoiou a volta do passe ao futebol.
Em discurso, atacou genericamente os principais defensores do
fim do passe.
Reeleição
Antes de fazer o discurso pela
volta do antigo vínculo entre jogadores e clubes, Chedid presidiu a
eleição de Viana e não poupou
elogios ao dirigente fluminense.
Ele chegou a dizer que Viana era
"o grande líder do país".
Segundo a Ferj, Viana foi reeleito com o apoio de 94 dirigentes de
clubes e ligas do Estado. Todos os
clubes da primeira divisão, incluindo os quatro grandes, teriam
votado nele. Vinte e sete representantes de clubes e ligas, que tinham direito a voto, não participaram do pleito. Sua reeleição
acontece na mesma semana em
que outro cartola poderoso de federação, o paulista Eduardo José
Farah, anunciou a aposentadoria.
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