São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2004

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Nuzman agora reivindica dinheiro para dirigentes

Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro quer modificar legislação a fim de que ele e dirigentes de confederações possam receber salário

ROBERTO DIAS
EDITOR-ASSISTENTE DE ESPORTE

EDGARD ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, quer alterar a legislação de maneira que ele e os dirigentes de confederações possam receber salário para comandar as entidades.
Atualmente, um comitê ou confederação tem que abrir mão de benefícios se quiser remunerar diretores. Entre eles está a maior fonte de recursos do esporte olímpico brasileiro: a verba pública.
"Devem receber. Todos. Os presidentes devem ganhar, acho que o dirigente deve ganhar. Eu acho que isso é importante. O Estatuto do Esporte deve corrigir isso", disse ele em entrevista à Folha.
No ano que vem, Nuzman completará 30 anos com cargo de chefia no esporte. De 1975 a 1995, foi presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, período em que a seleção masculina foi a duas finais olímpicas, ganhando um ouro (1992) e uma prata (1984).
Em 1995 assumiu o COB. No ano seguinte, em Atlanta, o Brasil conseguiu a melhor campanha de sua história olímpica: 15 medalhas, 3 delas de ouro. Nos Jogos seguintes, em Sydney, a decepção. Seis pratas, seis bronzes, mas nenhum ouro -a primeira vez que isso acontecia desde 1976.
Fora do mundo esportivo, Nuzman é dono de uma imobiliária e de um escritório de advocacia, segundo sua biografia oficial.
"Eu tenho equipe, eu tenho gente que trabalha comigo, eu trabalho. É só pegar meu Imposto de Renda e ver nas minhas coisas o que eu aumentei ou deixei de aumentar. Minha casa, eu comprei tem 20 anos. Não tinha nem patrocínio no esporte."
A remuneração pleiteada por Nuzman não seria inédita no esporte. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) paga salário a seus dirigentes. Mas ela é inteiramente financiada pelas rendas da seleção e por seus patrocinadores.
Para as demais modalidades, diz Nuzman, o caso da CBF não faz sentido. "O esporte continua dependendo de verbas públicas."


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